Muitas são as moradas… Em qual delas queremos morar?

[Fabio Dionisi] fabio@editoradionisi.com.br

Deus é infinita sabedoria; portanto, não teria criado algo que fosse inútil. Tudo que componha o Universo tem que ter uma finalidade. A matéria foi criada para que os seres pudessem encontrar os recursos para crescerem, evolutivamente, de forma a atingirem à perfeição. Todos os planetas e os outros corpos celestes são habitados ou servem de pousada para os infinitos seres criados por Deus; quer estejam encarnados ou desencarnados.
Seria tolo, portanto, imaginarmos que somente a Terra seja habitada. Os habitantes deste planeta, a humanidade terrestre, representam uma ínfima fração da humanidade que habita este Universo, igualmente infinito.
Deus não para de criar. A todo instante, novos mundos e recém criados espíritos humanos surgem neste Universo. A obra não cessa…
Cada planeta encontra-se num dado estágio evolutivo. Cada humanidade, segundo seu grau de evolução, encontra-se destinado a habitar o mundo que lhe corresponde.
A humanidade terrestre é das mais atrasadas. Segundo a classificação adotada por Kardec, ainda se encontra no estágio de um mundo de provas e expiações; embora já em transição para mundo de regeneração.
Mas como tudo evolui, planeta e boa parte da humanidade terrestre estão se modificando, transformando-se física e moralmente para fazer jus à nova etapa que se aproxima.
Já habitamos mundos primitivos e muito em breve habitaremos mundo melhor que o atual… Mas isso se merecermos. Depende apenas de nós efetuarmos as mudanças morais necessárias para subirmos na escala, mais um degrau; atingindo o nível de adiantamento de que carecemos.
Podemos também levar o mesmo raciocínio para o plano espiritual.
As moradas do espírito também são infinitas. Da mesma forma como as almas encarnadas são destinadas a viver em orbes de acordo com sua perfeição, os espíritos libertos do corpo físico localizam-se no espaço de acordo com o seu merecimento; e, mais cientificamente falando, de acordo com seu nível vibratório.
Em ambos planos, não conseguiríamos viver em locais que não coadunam como nosso estado “material”. Assim como a alma atrasada não consegue viver em planetas já sublimados, por incompatibilidade física, densidade, etc., o Espírito não consegue viver em locais cuja freqüência vibratória seja diferente da sua.
“Conforme se ache mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que o espírito venha a se encontrar”.
Isso nos leva a considerações interessantes, quanto ao efeito que o conhecimento acima pode surtir no Espírito.
Tomarmos ciência de que existe vida após morte física, conscientizarmo-nos de que o local que viveremos depende do nosso estágio evolutivo, acende a fé e torna-se esteio para suportarmos as dificuldades e vicissitudes desta vida. O porvir, melhor que o hoje, se fizermos por merecer, dá-nos a força necessária para prosseguir nossas lutas.
Sabermos que a felicidade depende apenas de nós, que quanto melhores formos melhores serão as moradas a que faremos jus, nos leva, automaticamente, a cogitar uma melhora moral; uma reforma íntima.
“Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. – Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais”. (João, 14: 1 a 3).
Quem sabe da vida futura, não turba seu coração; tem fé, sabe o que o espera; o nada não existe mais…
A morte não mais o atemoriza. A dor, da separação de um ente amado que desencarnou, suaviza-se.
Os mundos ditosos são os locais que Jesus nos levará. A morada dos justos, para com Ele compartilhar a felicidade plena que somente os justos podem entender e vivenciar.
E para finalizar estas despretensiosas reflexões, com o nosso caro leitor amigo, um último ponto a ressaltar é a continuidade da condição do Espírito, no que tange à sua felicidade ou sua desdita: nós somos, portanto, os únicos responsáveis pelo destino que damos a nós mesmos; quer quando encarnados quer quando no plano espiritual…

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo III “Meu reino não é deste mundo”. O ponto de vista. 2. ed. São Paulo: LAKE, 2007.

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