Laços

Espírito de Altamiro (Médium: Japer)

Nos meandros da memória eterna existem fatos que se nos tornam inconscientes, mas agem na conduta e em todas as manifestações materiais da personalidade. A profundidade de cada homem não pode nunca ser medida. Ela é formada de experiências diversas, muitos e muitos parceiros de jornada, influências infindas e incontáveis, laços de parentesco e amizade, desafetos e imensa quantidade de comparsas. No entanto, todos estão entrelaçados pelo destino comum, de aprendizado.

 Em cada ser humano há memórias que ele jamais compreende porque não vêm à tona do consciente, mas conduzem os pensamentos e emoções em todas as circunstâncias perante a vida. Os laços eternos jamais se desfazem: alimentam, apóiam, direcionam. Essa é a função do Amor e não há ninguém isento. Amar é a prerrogativa divina para a superação de qualquer dor. Sabes que as vidas se sucedem. Quando olhas um cadáver compreendes a totalidade desta mensagem: ninguém nasceu para se tornar um peso inerte, desfigurado, pálido. A vida pulsa em cada célula e quando a roupagem não mais serve, é deixada de lado, despindo ilusões.

O corpo material, embora sublimado, é precário: tem função limitada, logo se esvai e termina seu curso. O que lhe sobrevive é eterno e sempre renovável. Desde os mais remotos tempos, alguns homens lúcidos compreenderam esta verdade simples e indispensável.

A transitoriedade da matéria contrasta com a eternidade dos laços espirituais. Estes jamais fenecem; continuam vivos dentro do coração e das lembranças. São os elos para a continuidade, a certeza do etéreo e indestrutível. Cada ser é fagulha de Deus a estabelecer liames de emoções e a eternizar-se em seus próprios limites.

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LUZ. Espírito de Altamiro (Médium: Japer). 1.ed. Ribeirão Pires, SP: Editora Dionisi, 2014.

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