Verdugos e Vítimas

[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br

Quem seria quem nessa história: o verdugo de hoje ou a vítima do passado? Ou se preferirmos, a vítima de hoje seria o verdugo do passado? A questão aqui é puramente de livre-arbítrio. Devemos convir que a instrução espiritual sempre tem como meta o perdão ao contrário da cegueira moral, que nos atira no abismo do ódio e da vingança como retaliação dos nossos impulsos os mais escabrosos.
O Assistente Barcelos, que se encontrava no “Santuário da Benção”, estação socorrista situada nos planos espirituais, relata o assunto a um grupo visitante em que André Luiz no livro, “Obreiros da Vida Eterna”, psicografia do médium Chico Xavier, fazia parte. Vejamos alguns trechos: “Referimo-nos às necessidades de esclarecimento dos homens, perante os seus próprios companheiros de plano evolutivo”. Quanto ao assunto, milhares de pessoas no mundo, desconhecem ou são forçadas a desacreditar na intervenção dos Espíritos em nossas vidas através da assimilação de virtudes ou de vícios por nós alimentados. No segundo caso, será através das paixões perigosas onde se iniciará obsessões sutis de complexas conotações. É acertado observar que atraímos para nós tudo o que pensamos.

É imperioso analisarmos o tema mais a fundo. Enquanto muitos encarnados não acreditam nessa história de Espíritos nos usarem para satisfazerem seus vícios, muitos desencarnados por sua vez, não acreditando que estão mortos, fortalecem essa simbiose obsessiva em que se enquadram personagens unidas mais pela sintonia mútua.
Complementando o pensamento do Instrutor sobre a complexa ligação entre os vivos da Terra com os vivos do Além, temos: “… os homens e as mulheres, jungidos uns aos outros pelos laços da consanguinidade ou dos compromissos morais, se transformam em perseguidores e verdugos inconscientes entre si”. Essa inconsciência é necessária, pois, que, se soubessem dos quadros pelos quais estão ligados, fortaleceria ainda mais os laços de ódio que até então os une. Muitas vezes, a Espiritualidade Superior aproximam vítimas e verdugos a residirem em um mesmo lar, para que aí nasça, com o tempo, uma reaproximação mesmo que amistosa. Para uma família espiritualizada e com conhecimento de causa, já é difícil, quanto mais outra que não se primou com os bons princípios familiares e religiosos.
Para dar mais ênfase às suas palavras Barcelos conclui: “Os antagonismos domésticos, os temperamentos aparentemente irreconciliáveis entre pais e filhos, esposos e esposas, parentes e irmãos, resultam dos choques sucessivos da subconsciência…”. A incompatibilidade e-xercida por casais que ainda não superaram as próprias mazelas se agiganta. Muitos destes, não tiveram estruturas morais que vessem agilizar, de certo modo, a correção dos próprios vícios, aumentando essa animosidade quando a família cresce em quantidade e não em qualidade. E pais sem preceitos espirituais, filhos desorientados e mais propensos a assimilar tudo que é negativo. É a realidade nua e crua. Concorda comigo Amigo Leitor?

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