A segunda morte

[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br

Senhoras e Senhores,
A segunda morte… Já não bastaria morrer uma vez, perguntarão muitos. Para os que ignoram tal assunto, posso dar um alento. Não, não basta. A evolução está inserida nas Leis Universais a que pouco, bem pouco as assimilamos até então.
Muito se tem o que falar a respeito em reuniões de estudos, mediúnicas e até mesmo em palestras. Por que não? Pena que uma grande maioria de espíritas sequer sabem da existência desse livro, “Libertação”, quanto mais assuntos desse nível. Aqui a questão não é de dizerem que se está longe de uma compreensão mais acessível. O problema real é que nem pegam esse livro para lê-lo simplesmente. Estudar então…
Para você que está lendo essas minhas humildes considerações a respeito, existiria a segunda morte? Comprovarei que sim, existe. Tanto para cima quanto para baixo. Difícil compreender-me? Então vamos juntos assimilar um pouco do assunto aqui e caso tenham uma força de vontade a mais, procurem livros idôneos a respeito que irão acertadamente ganharem muitos subsídios de conhecimento.
Como disse acima, morre-se para cima e para baixo. Para fortalecer essas minhas palavras, vamos ver o que André Luiz relata no livro “Libertação”, através da mediunidade do saudoso Chico Xavier.
Vejamos: Gúbio pergunta a André se ele já tinha ouvido falar sobre a segunda morte. E ele o responde: “Sim. Tenho acompanhado vários amigos à tarefa reencarnacionista, quando atraídos por imperativos de evolução e redenção tornam ao corpo de carne. De outras vezes, raras aliás, tive notícias de amigos que PERDERAM – grifo meu – o veículo perispiritual, conquistando planos mais altos_”. Mais claro impossível, não é mesmo?
Agora tem uma turma de supostos estudiosos da Doutrina que vão de encontro à essa pequena, mas substanciosa citação quando se fala claramente da perda do perispírito. Como disse perde-se o perispírito para cima ou para baixo. Como exemplo clássico da perda do perispírito para baixo temos a fenomenal obra “Missionários da Luz” no caso da reencarnação de Segismundo. Para muitos que a desconhecem convido vocês a estudarem essa obra fantástica.
No ato da reencarnação de Segismundo, quando ele iniciava a miniaturização do seu corpo mental, ele aos pouco ia deixando o seu perispírito que utilizava no plano espiritual que se encontrava, e ia ganhando um outro automaticamente quando no início da fecundação do óvulo com o espermatozoide. É tanto que André até narra que ALGUMA COISA da forma de Segismundo estava sendo ELIMINADA.
Mas ele não adentrou em detalhes, talvez porque, caso fizesse, naquela época, a cabeça de Chico Xavier estaria à prêmio.
Toda vez que reencarnamos ou desencarnamos, o perispírito que se usa numa determinada região espiritual ou na Terra, tem grandes diferenças de peso. Para quem realmente estuda, sabe-se que um espírito residindo em um planeta espiritual quando do seu reencarne, o perispírito em que está sendo utilizado não servirá para um plano mais pesado, mais físico, tanto quanto para um mais diáfano. Então, assim que complete o fenômeno da reencarnação esse espírito automaticamente perde o perispírito que usava para ganhar um outro mais físico, mais grosseiro. Como também ganha outro mais sutil para se apresentar em regiões mais transcendentes.
Aconteceu certa vez com o Dr. Inácio Ferreira em uma das suas obras que ele foi visitar um plano mais superior do que ele estava e perdeu os sentidos, porque não adestrara os órgãos para aquele plano em que visitara. Lembram-se desse episódio?
Acontece também quando o espírito vem a desencarnar.
Ele deixa aquele perispírito juntamente com o corpo físico utilizado a serem destruídos – corpo físico, perispírito denso – e ganha outro automaticamente, isso regido pelo corpo mental – lembram-se também dele, que é a usina do nosso espírito? Só que é tão automático que ninguém sente e muito menos observa tal fenômeno.
Agora, para tremer as bases da consciência de muitos neófitos do Espiritismo, não que eu seja um sábio, longe ainda disso, mas sim um estudioso assíduo das obras de Chico Xavier, graças a Deus, para onde iriam esses períspiritos deixados para trás nos planos espirituais? Saberiam dizer? Sabe-se que o perispírito enquanto no corpo denso da carne é deixado com ele no cemitério, agora e aqueles outros que os deixam nos planos espirituais?
Em falar em cemitério existe um na colônia de Nosso Lar. Isso mesmo que você leu. Um cemitério. Agora pergunto: para que serviria de um cemitério numa cidade como a de Nosso Lar à frente de uma tecnologia de ponta? Para plantar flores ou árvores frutíferas?
Sem cogitação, não é mesmo? É destinado exclusivamente para enterrar os perispíritos deixados por aquele que vieram a reencarnar. E antes que me façam réu da ignorância, procurem antes estudarem mais as obras de Chico Xavier. Esse assunto está em uma da sua lavra. E não se encontra nas obras de André Luiz e muito menos nas de Emmanuel.
Vamos procurar?
Creio que a comoção deve ser a mesma nos planos espirituais quando se “perde” um ente querido que irá reencarnar. Com certeza não é idêntico com aquele apego excessivo, choros convulsos,
desesperos quando alguém vem a desencarnar.
Em Nosso Lar tem classe até para despedir de familiares e amigos que deixaram o corpo perispiritual para ganhar um outro, agora num corpo mais denso. A sensação de ausência tanto de um plano e outro sente-se à flor da pele, mas reconhecendo que essa ausência é temporária tanto de um plano a outro, suavizados quando acreditam-se na Vida Eterna do Espirito Imortal.
A segunda morte… Continuando com o assunto, muito tem que se falar a respeito, não é mesmo? Mas aqui não vou aprofundar muito no assunto, apenas dar azo a curiosidade e espanto
de uns e ao interesse de analisar com mais afinco esse assunto de tal envergadura que é ignorado por uma grande parte de Casas Espíritas do país que realmente não sabem, pois se soubessem, com certeza, teriam um amplo horizonte para ser dissecado em proveitosas palestras e deixariam de criar tantas polêmicas desnecessárias.
Para aqueles que estudam as obras de André Luiz principalmente, e que raciocinando comigo, já se sabe que perdemos o perispírito para reencarnarmos em mundos mais densos quanto para planos mais sutis e mais transcendentes.
Esse livro, Libertação”, escrito no ano de 1949, tem uma nota de rodapé de André Luiz bastante interessante que nos informa: “O perispírito, mais tarde, será objeto de mais amplos estudos das escolas espiritistas cristãs”. Com certeza anos mais tarde, muitos estudiosos concentraram seus tutanos cerebrais para estudar sobre o perispírito. E chamo a atenção para uma obra fantástica do escritor Zalmino Zimmermann, “Perispírito”, trabalho sério, profundo, de grande teor científico, com extensa bibliografia e índices que facilitam a consulta, que para mim sem igual para os dias atuais, diga-se de passagem. Seguindo as explicações de Gúbio para André Luiz sobre o assunto a baila temos na seguinte citação: “Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e PERECÍVEL – Grifo nosso – , embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita”. Como podemos observar, o perispírito morre. A sua essência foi estruturada por uma matéria rarefeita que poderá ser transformável, ou seja, poderá sofrer influenciações de demanda do campo superior quanto do campo inferior.
Enquanto se se processa operações redutivas e desintegradoras quando espíritos ainda ligados à matéria mais densa, como eu e você que me lê esses meus singelos comentários, espíritos outros numa alta hierarquia espiritual desfazem simplesmente de seus perispíritos por comando da própria vontade sem que outros espíritos interfiram nessa incrível metamorfose de morrer simplesmente.
Para uma grande maioria ainda necessitada do império da carne, da matéria agregada às aglutinações celulares ainda abjetas ao controle dos instintos, vem se estruturando num círculo vicioso de encarnações e reencarnações sucessivas e compulsórias impostas pelo pesado fardo de viciações que ainda lhes adornam o espírito ainda sequioso de aventuras passageiras que em nada satisfaz a ânsia da vontade destronada pela realidade que, na hora do “basta” lhe imporá rever conceitos e paradigmas alimentados.
É fato que para desenvolver o nosso campo mental, necessário que pratiquemos atos de solidariedade, pois fazer o bem é ainda o alimento para a alma. Subir, realmente nos pedirá fôlego,
determinação, boa vontade e espiritualidade. Para descer apenas que estacionemos nos cômoros da inferioridade onde ainda estamos ligados por campos vitais que administram nosso  Modus vivendus ante a nossa determinação do nosso Modus operandi.
A matéria em si tem finalidades inúmeras correspondente ao uso da vontade do ser a caminho da humanidade, pois ainda não somos humanos no significado real da palavra. É tanto que se denomina Ser… Humano. E, de fato, ainda não o somos pois ainda rastejamos nas eiras do primitivismo, da violência, da ignorância, da indiferença, do egoísmo mesmo possuidores da razão, em que a força que se administra ao fazer o mal, na sua grande maioria não é nossa, mas sim de entidades altamente poderosas no que tange ao seu poder magnético aprisionando-nos através do domínio dos instintos incontroláveis.
Nosso objetivo é alcançar a angelitude; espíritos puros tal o é Jesus Cristo hoje. Muitos irão me criticar quando digo que seremos um dia como Jesus, que alcançou as culminâncias da perfeição absoluta no sistema em que faz parte, pois mesmo sendo espírito da mais alta linhagem, jamais terá todas as qualidades do nosso Pai e Criador. Diga-se de passagem.
Jesus quanto outros espíritos desse jaez alcançou a perfeição relativa através do esforço e determinação única de servir a Deus em todos os Seus Mandamentos. Eu e você, quanto milhares e milhares de outros espíritos em que desviamos da senda do Bem e do Amor, procurando meios que, ao contrário do que pareça, nos fará perder ainda mais a individualidade nesse glorioso e fantástico Labirinto do Criador.
Pensa-se agindo desta forma ser inteligente, mas na verdade peca-se muito quanto ao uso ideal do seu livre-arbítrio, que na verdade não é tão livre assim, não é mesmo? Sabemos que somos submetidos aos parâmetro da Criação, às Suas leis que, inexoráveis, não passa a mão na cabeça de nenhum de Seus filhos. Não é cega e nem surda com relação à justiça humana.
Se estamos em um mundo de sofrimentos acerbos é que alguma coisa ainda macula o nosso espírito impedindo-nos de alçar voo para regiões mais etéreas onde o Bem Maior reina com toda a sua beleza e vigor. Um dia, com certeza chegaremos lá, embora a escada da evolução a que temos que subir, demanda suor, lágrimas, altruísmo e espiritualidade diante do Infinito Cósmico em que fazemos parte.
Há várias moradas da casa do nosso Pai. Sim. E todas elas se encontram reunidas nesse desfilar pelo Cosmo augusto de Deus, delegando virtudes, assimilando-as cada vez mais à medida que vamos saldando nossas dívidas em que o nosso fardo aos pouco vai se tornando mais leve até que não tenhamos mais dívidas com a Potestade Divina e nenhum dos sete corpos que ainda nos distancia da perfeição.
Até lá quantos choros, lamentações, mortes, encarnações e reencarnações sucessivas, morrendo para cima e para baixo independentes do crer dessa ou daquela religião de homens, ou desse mecanismo de nascer e renascer, de ganhar ou perder peso quântico no nosso corpo mental a que todos estão integrados.
Quem viver até lá e viverá plenamente descobrirá o quão belo é o mecanismo da Lei de Causa e Efeito abalizada sistematicamente em nosso livre-arbítrio, no comando das nossas escolhas sem interferência direta dessa quanta daquela influência de terceiros. À medida que crescemos espiritualmente falando, vamos ganhando domínio sobre nós mesmos, acessando aos poucos nosso mundo inverso, capitando erros passados com suas respectivas personalidades que adornamos em existências idas.  Que sejam bem vindas a segunda, terceira, quarta, quinta mortes, agora sempre para cima, para o Alto, para o Além. Comigo Leitor Amigo para essa viagem crística a que temos direito…, mas claro, com o nosso devido merecimento?

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