Amar a Deus e ao próximo

[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br
                                               

Senhoras e Senhores,
os Dez Mandamentos… Mesmo escrito há milênios, ele ainda está em voga. Deveria ser respeitados não acha? Jesus quando aqui conosco se encontrava materializado, os resumiu em dois: Amar a Deus ACIMA de todas as coisas feitas pelo homem e ao próximo como a si mesmo. Bem… Como podemos notar, nem um nem outro estamos praticando em nossas vidas. Por que será? O que mandaria mais: Cristianismo, religiosidade ou religião? Os três poderiam ser antônimos, mas pelo caos que vivemos nem mesmo sinônimos eles valem, a não ser pelo
terceiro. Mas, sem delongas, vamos para o que nos interessa.
Hoje, em pleno século XXI, somos impulsionados pela sobrevivência do corpo, pela família, trabalho, amigos, distrações, férias, festas, num pot-pourri de alegrias regadas à comida e bebidas.
A vida seria só isso? Sabemos que a felicidade não é desse mundo, mas teimamos em crer que ela existe apenas em mesas lautas, em famílias exclusivamente egoístas, amizades muitas delas interesseiras, principalmente quando o dinheiro se esbalda para satisfazer as vicissitudes desguarnecidas de princípios mais nobres. Por isso é esse caos que vivemos na atualidade e muitos sequer fazem algo porque crê que tudo está a mil maravilhas, apenas nas quatro paredes do lar.
Será mesmo?
Para fortalecer esse meu pensamento dessa semana, vamos analisar bem o que André Luiz observou quando ele e Gúbio acompanhavam Margarida e seu esposo quando se dirigiam para uma igreja. Adentrando esse local, André ficou aturdido quando viu inúmeras imagens representando santos da igreja como cicerones divinos prontos para acatar todas as rogativas de seus fiéis. Fez me lembrar aqui os deuses de Roma em que, na verdade, nenhum deles estavam realmente preocupados com os seus servidores. Existiam? Coincidências???
Vejamos com atenção o que Gúbio diz a André Luiz, quando este lhe perguntou que o homem não devia fazer imagens de escultura: “_… e determina  o Testamento  que NINGUÉM – grifo nosso –  se deve curvar diante delas_”. Isso não é novidades hoje em dia. Por causa da liberdade religiosa, muitos fieis fazem de tudo para atrair novos seguidores, menos o certo. Aqui vale de tudo. Orações decoradas, santinhos, promessas, procissões, cultos, adorações. Não estou aqui perseguindo nenhuma igreja tá pessoal. Antes que comecem a jogar pedras em mim, só estou tentando fazer aos leitores dessas minhas humildes considerações o que deveria ser feito há muito tempo e não o fazemos. Até onde chega essa nossa fé, não é mesmo? Será que é preciso usar de muletas de indigência espiritual para sermos curados sem o devido merecimento? Valeriam tão somente tantas rezas? tantas velas acesas? Tanto martirológico, no sentido de atender nossas confissões ao preço salgado de dízimos indevidos? Onde aqui está os
olhos de ver, ouvidos de ouvir e corações sinceros para sentir mostrando-nos que a realidade é bem outra? Tapar o sol na peneira resolveria as questões morais do mundo?
Sofremos muitas vezes por atrair para nós sofrimentos que, na realidade não deveria tê-los em nossa já pesada e exaustiva caminhada. Mas como não há nenhuma observação sensata do que pensamos, nossa psicoesfera se encontra entulhada de lixo mental. E sabemos que todo lixo atrai baratas, ratos, cobras, escorpiões, formas-pensamentos… Imaginemos, pois por alguns minutos como estará nosso envoltório psíquico o qual não limpamos há várias e várias
existências? Podemos considerar que somos quais aquelas pessoas com T.O.C. – transtorno obsessivo-compulsivo. Vamos acumulando de existência em existência um lixo psíquico que hajam reencarnações para deixar nossa mente limpa, translúcida, brilhante…
Daí a facilidade que tem os residentes da sombra para acharmos. Não ligamos para vigilância… Não atinamos para a necessidade da prece em todos os momentos de nossas vidas… Vivemos
alhures ao que pensamos. Nosso inconsciente fala mais alto do que nosso consciente, não deixando com que fixemos nossa atenção ao meio que vivemos. Olvidamos as consequências… E hajam choros e ranger de dentes porque não colocamos em prática os Mandamentos que o Senhor nos deu. Religiosidade? Pensarão muitos. Não. Deveremos, sim, desenvolver nossa espiritualidade para com Deus, pois com Ele independe de qualquer religião.
Fico analisando as pessoas… São exímias diante do trabalho de sobrevivência. Estudam várias línguas, fazem cursos, participam de seminários, passam de alunos a mestres na área que
escolheram. Uns abrem escritórios, outros clínicas… estudam mestrado… doutorado… Tudo parece normal. Mas enganam muito as pessoas que assim só pensam e só vivem. Mas quando participam indiretamente de assuntos que envolvem a própria espiritualidade é um Deus nos acuda. Raspam a garganta, fazem silêncio, dizem que não é hora para tal assunto, olham para outras pessoas aguardando respostas convincentes que venham socorrer-lhes a ignorância… Tem um as até que tem coragem de dizerem que nada sabem a respeito. Mas deveriam saber
porque o homem no estágio em que se encontra deve se preocupar não somente com o corpo físico mas também o envoltório espiritual carente de nutrientes da afabilidade, bondade, fraternidade, doação.
Para conversar com Deus não precisamos ser catedráticos, versado em filosofia, ou religião. É mais simples do que imaginamos. E sendo assim tão simples, tornamos essa conversa complexa, cheia de viroses espirituais que nos impedem a aproximação DIRETA do nosso pensamento com o Pensamento Cósmico de onde originamos.
Daí usarmos das imagens no sentido de ter um ponto de referência. Um ponto fixo nas nossas tensões emocionais da sensibilidade. Estamos acostumados a ver para crer. E olhe lá!!!
Acostumamos a adorar imagens porque elas existem para nós. As vemos e tocamos. Mas e Deus? onde fica? Ele é Luz Magnânima. Não tem forma e sim um Foco de Luz bem distante dos nossos questionamentos religiosos. E se não O vemos e não O tocamos difícil alimentar de uma fé onde o invisível nos envolve. Por isso O colocamos em segundo, terceiro, quarto… planos. Isso é, quando lembramos Dele. E afastando-nos desse Foco Infinito o caos grassa em nossos sentidos.
Quando Moisés recebeu os Dez Mandamentos, neles não estava escrito para frequentarmos alguma religião, embora os egípcios a tivessem. Depois veio Jesus e, também, em momento algum pediu que os seus seguidores frequentasse Sinagogas e Templos, somente disse se
quiséssemos conversar com Deus que entrássemos para o nosso quarto e, ali, conversarmos com Ele. Não estou aqui para mudar as tradições religiosas. Se o próprio Cristo não conseguiu, eu então… Só quero aqui mostrar que preces, embora indispensáveis ao nosso conforto espiritual, tão somente não resolverá os problemas do mundo se não descruzarmos os braço s ao encontro da Caridade – salvação absoluta das nossas almas.
E pergunto: Se não seguimos as diretrizes do Criador e do Cristo, enviado por Ele, o que nos resta então no sentido de angariar subsídios para a eternidade que nos aguarda? O que será de nossas vidas sem Deus e sem o Cristo em nosso coração? Se os dois não tem espaço no nosso mundo íntimo, a Caridade então nem se fale, né? Esse Mandamento vos dou… para que devamos nos agarrar de unhas e dentes. E que se cumpra, assim, a Lei de Causa e Efeito em nós. Comigo, Leitor Amigo?

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