Situação conjugal

[Do outro lado do espelho – Assunto: Casamento – Dr. Inácio Ferreira]

[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br

Casamento… Uniões de corpos que se atraem… Certo? De certa forma, sim. Contudo, o que vale aqui é a união de almas num amplexo de amor acima das paixões que alimentam boa parte dos casais da atualidade. Você é fiel à sua esposa ou esposo? Com certeza irá falar que sim. Mas será que você já consegue domar os seus pensamentos quando lhes faz pensar num relacionamento fora do casamento? Pode até ser verdade o seu posicionamento quanto à fidelidade que nutre ao companheiro ou companheira. Mas não já lhe passou a vontade de estar com outro homem ou mulher estando casados? Difícil a resposta, não? Mas no fundo já se sabe a resposta, não é mesmo?

Uma pergunta interessante feita por Dr. Inácio ao amigo Odilon Fernandes narrado em seu livro “Do Outro Lado do Espelho”, através da mediunidade de Carlos Baccelli. Vejamos: “O espírito é solteiro, viúvo ou casado?”. E a resposta veio a contento: “Os que se sentem verdadeiramente vinculados a um coração que permanece pulsando na retaguarda não hesitam em se definir sentimentalmente…”. Diante desse assunto, lembrei-me do susto de André Luiz quando foi visitar Tobias, narrado no livro “Nosso Lar”, ditado ao médium Chico Xavier, morando num mesmo teto com as duas esposas que tivera quando vivo na Terra. Pelo visto, elas hoje não passam de irmãs queridas e, uma e outra, o auxiliam na vida que segue não havendo entre ambas, o ciúme que tortura e até faz matar.

É cruel a mentalidade de muitas pessoas quanto ao casamento hoje em dia. Aliás diminuiu bastante casamentos em igrejas. Hoje a moda é “juntar” os trapos. Hoje é normal conhecer alguém numa rede social pela manhã e a tarde esse alguém começa a fazer parte da rotina familiar de quem teve a ousadia de colocá-lo sob o mesmo teto. Não reflete de que belas aparências não põe mesa e aqui vale para aqueles isentas delas também. Convivem com um inimigo sob a manta de cordeiro e a menor chance esse alguém começa a dominar, impor condições, a bater, a abusar dos filhos, a prender em casa como cárcere privado e aí já é tarde demais para acontecer uma tragédia já anunciada.

Através de anos a fio, observamos que o Amor vem sendo substituído como paixões avassaladoras. É briga corpo com corpo. Sentimento conjugal nesses casos não existe. O pavio da sobrevivência faz com que a rotina de muitos casais se transformem num manancial de máquinas pensantes onde o que vale é a conquista pelo poder, do bem-estar, de tranquilidade, embora tudo isso são momentos fictícios e passageiros.

Aqueles amantes à moda antiga que levavam flores, para as pretendentes, hoje caiu em desuso. Fazem até chacotas quando aparece um com um tipo de pensamento desses. Como disse, o Amor verdadeiro uma grande maioria o desconhece. Vivem tão somente e exclusivamente de saciar os instintos sexuais, como meio de proporcionar um prazer que não sacia. “É duro para uma mulher nunca escutar uma declaração de amor dos lábios do marido…”. Se caso isso vier a acontecer nos tempos atuais, creio que muitas esposas, de pronto, irão até caçoar dos maridos, dizendo até que estão com parafuso frouxo na cabeça. Quando uma coisa está patenteada nos propósitos inferiores de uma relação conjugal, tudo que é novo, impõe desagrado e desconfiança, descaso e ingratidão.

Como disse no princípio dos meus comentários, hoje casam-se corpos no sentido de resgatarem débitos contraídos. E hajam aí lutas intestinas das mais violentas. Por isso tanta tragédia familiar acontecendo porque muitos casais não tem uma estrutura de um Evangelho no Lar, base importantíssima para que a Espiritualidade de muitos casais possam irradiar e preparar a prole que, decerto, virá. É certo o que Dr. Inácio diz: “A maioria dos vínculos conjugais no mundo são ligações de prova, diferenças cármicas que necessitam ser resgatados”.  Sim. E sem a lapidação das imperfeições, difícil assumir equilíbrio e compreensão, cumplicidade e respeito. Como podemos observar, os casais de hoje não se preocupam com um alicerce familiar; não tem vínculos algum com a Espiritualidade Superior. Muitos nascem, crescem e morrem como vieram e, sem contar, com novos débitos a lhe pesar o fardo já bastante pesado.

Muitos procuram ter uma liberdade no mundo em que não estão preparados para ela. Querem apenas domínio, poder, imposição. E não é assim que propõe liberdade com responsabilidade. Essa liberdade manifesta por milhares e milhares de pessoas tem como objetivo único a bandidagem, o descrédito para com as autoridades responsáveis pela segurança; é ter o que não possuem; é desejar algo que nunca irão obter.

A política aqui, em todos os sentidos rege a cabeça de muitas pessoas levando-a à práticas abusivas. É muito “Ter” do que “Ser”. Não sei qual o pensamento desses quanto aquela passagem evangélica que diz que um homem de bens teve uma colheita farta e derrubou seus celeiros para construir outros bem maiores. E, depois de prontos, Deus pediu sua alma.

Creio que a competitividade vem alcançando patamares de loucura, insanidade, descontrole com os próprios sentimentos e dos outros que também concorrem para sobreviverem com mais respeito e dignidade. Hoje, não sabemos quem é mais ladrão: os políticos engravatados ou cidadãos comuns. Em muitos casos, os dois.

Fico pensando aqui com meus botões: Por que não fiscalizam mais a fundo essas verbas volumosas que são distribuídas para os cofres públicos. Será que serão gastos todo ele? Será que não há um auto faturamento? Não existe sindicância nesses casos. Pelo menos nunca assisti. E tudo há de se mostrar que muita gente está se dando bem com essas verbas. Exemplo: Se numa construção o gasto previsto é de 20 milhões, os sabichões colocam 50 milhões para ganharem por trás. Lavagem de dinheiro às avessas? E cadê as fiscalizações? Creio nunca existiram por que tem muitos Tios Patinhas nadando no dinheiro fácil.

E para a nossa reflexão no comentário de hoje, um pensamento de Sócrates: “Meu conselho é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma esposa ruim, se tornará um filósofo”. Você se considera um filósofo Caro Leitor Amigo?

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Aécio Emmanuel César
Médium de psicografia desde 1990, tarefeiro espírita na cidade de Sete Lagoas/MG.

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