EDITORIAL No. 112 (Junho, 2023) – “Camille Flammarion”

[Fabio Dionisi] fabiodionisi@terra.com.br

De há muito nada é publicado sobre o grande astrônomo Espírita francês Nicolas Camille Flammarion, mais conhecido como Camille Flammarion.
Nascido em Montigny-le-Roy (Alto Marne), França, no dia 26 de fevereiro de 1842, e desencarnado em Juvisy-sur-Orge, no mesmo país, no dia 03 de junho de 1925, constituiu-se em um dos mais célebres astrônomos do seu tempo, ao ponto de encontrarmos um observatório com o seu nome, na mesma cidade francesa onde ocorreu seu decesso celular.
No mundo da ciência, foi um reconhecido astrônomo e divulgador científico francês. Importante pesquisador e popularizador da astronomia, recebeu vários prêmios científicos, tendo sido homenageado com a nomenclatura oficial de alguns corpos celestes.
Em 1862, com menos de 20 anos de idade, publicou o livro La pluralité des mondes habités. A partir daí começou a escrever livros populares de astronomia. Uma de suas obras mais conhecidas é Astronomia popular, de 1880.
Escreveu e editou em uma série de revistas científicas e astronômicas. No fim de sua vida escreveu sobre pesquisas de física.
Em 1883, Flammarion fundou o observatório de Juvisy-sur-Orge, dirigindo-o pelo resto de sua vida.
Em 1887, fundou e presidiu a Société Astronomique de France. Seus trabalhos para a popularização da astronomia fizeram com que fosse agraciado, em 1912, com um prêmio da Legião de Honra.
Camille Flammarion também é notável por ter sido um dos primeiros pesquisadores psíquicos e espíritas.
Em 1923, proferiu um discurso na pioneira associação parapsicológica Society for Psychical Research, resumindo seus pontos de vista depois de décadas de investigação sobre fenômenos paranormais, onde afirmou que acreditava em telepatia, duplo etérico, e nas manifestações mediúnicas.
Após sua adesão ao Espiritismo, tornou-se amigo pessoal de Allan Kardec, tornando-se membro ativo da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada pelo codificador do Espiritismo, e da Sociedade Teosófica.
Amigo e seguidor de Kardec, o astrônomo foi escolhido para proferir as últimas palavras à beira do seu túmulo. Um longo discurso onde teve a oportunidade de chamá-lo de “o bom senso encarnado”. Nesse mesmo discurso, proferiu a célebre frase: “Porque, senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas é uma ciência, ciência da qual conhecemos apenas o a, b, c. Já passou o tempo dos dogmas.”
François-Marie Gabriel Delanne, um francês engenheiro e um dos primeiros pesquisadores espíritas notórios, mais conhecido como Gabriel Delanne disse que Flammarion era “um filósofo enxertado em sábio.”
O grande historiador e filósofo francês Jules Michelet afirmava que ele havia se tornado o “poeta dos céus.”
O escritor francês Victor Hugo era um grande admirador do trabalho de Flammarion, especialmente o relacionado com pesquisa psíquica e o Espiritismo.
Segundo Camille, a crença de Victor Hugo, na comunicabilidade mediúnica com espíritos, “foi, para o gigante da literatura do século XIX, um incentivo para a vida, para o trabalho e para o amor a seus semelhantes.”
No campo da escrita, nosso homenageado foi autor de muitas obras literárias, dentre as quais podemos destacar: A Pluralidade dos Mundos Habitados (1862), Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais (1864), Os Mundos Celestes (1865), Deus na Natureza (1866), Narrações do Infinito (1872), Narrações do Infinito (1872), No Infinito (1872), Vida de Copérnico (1873), As Terras do Céu (1877), Urânia (1889), O Fim do Mundo (1894), O Desconhecido e os Fenômenos Psíquicos (1917), A Morte e o Seu Mistério (1917), As Casas Mal Assombradas (1923).
Como puderam constatar, caros leitores, Camille Flammarion é merecedor de muito mais estudo e homenagem, por parte da Lide Espírita.

O EDITOR

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