Chico Xavier, Caminho Iluminado (30/06/2002)
Chico Xavier… Até mesmo em seu velório, milhares de pessoas estavam a visita-lo emocionados. E essa visitação era feita dos dois Lados da Vida. Você já imaginou apertar pelo menos a mão desse Missionário de Jesus? De sentir sua energia percorrer todo o seu corpo, emudecendo, sem sequer agradecer por aquele rápido contato? De sentir nas cordas mais sensíveis do seu coração, o seu olhar sereno mais completamente magnetizado por um amor sem explicação? De ter a vontade de abraça-lo, de poder participar daquele momento de luz, onde jamais sentiu tanto amor, tanta bondade, tanta ternura? Eu senti isso tudo das várias vezes que tive contato com ele e, sempre desejava muito ficar ali do seu lado, sentindo a energia que me possuía cada vez que ele me fitava com aqueles olhos que, no momento, não sabia diferenciar se divinos ou se iluminados, ou os dois ao mesmo tempo.
A equipe liderada por Odilon estava emocionada diante do espetáculo daquele velório, qual uma festa de luzes e cores incomuns, impessoais, sobremaneira sublimes. Entidades de luz que trabalharam com ele durante o percurso da sua vida missionária, ali se encontravam.
E Dr. Inácio pôde esclarecer uma parte daquela visita: “Pude perceber, com clareza, que os filamentos perispirituais que uniam o espírito recém-desencarnado ao corpo enrijecido, se enfraqueciam gradualmente;”. É importante esclarecer aqui que esses filamentos vistos por Dr. Inácio, em muitos casos como o dele, faz com que o corpo dure um pouco mais o seu princípio vital que ainda não se esgotara totalmente do seu corpo físico. Todos nós passaremos por essa fase de desligamento, só que, para cada caso é diferente, tanto na reencarnação, quanto para a desencarnação.
O princípio vital que anima o corpo, vindo da ligação do espírito com o corpo físico, não se desfaz assim que o espírito é desligado do corpo somático. Dependendo da enfermidade que o acometeu, essa energia pode esvair-se lentamente ou demorar por algumas horas. Se não fosse dessa maneira, ninguém poderia despedir dos familiares e amigos, porque, sem ele, o corpo entra em processo de decomposição.
E continuando com a visão: “Sem dúvida, o médium, assim que se lhe cerraram os olhos físicos, desprendeu-se da forma material, no entanto, devido à necessidade de permanecer durante 48 horas exposto à visitação pública, conforme era o seu desejo, exigia que o corpo, de certa forma, continuasse a receber suplementos de princípio vital, evitando-se os constrangimento da cadaverização”. A dinamização de todos os princípios vitais conhecidos ou desconhecidos de todos nós, exercem funções dinâmicas em cada passagem do espírito para a vida física quanto ao seu regresso para a pátria espiritual a que todos nós pertencemos.
E para completar a visão que estava tendo o privilégio em narrar em seu livro “Na Próxima Dimensão”, através do médium Carlos Baccelli: “As expectativas de quase todos, porém, se concentravam sobre aquela faixa de luz azulínea, (…) que tínhamos a impressão de que aquele caminho iluminado era a passagem para uma Dimensão Desconhecida, para a qual, com certeza, Chico Xavier haveria de ser conduzido”. Quem nos dera tivéssemos uma recepção, não como essa aqui narrada, mas que fosse menos evasiva, menos inconsistente, menos sofrida. Cada um terá sua chegada nos Planos Espirituais, segundo como se encontra a consciência: leve ou pesada. Sendo leve, poderemos até sermos agraciados por algum processo de merecimento; se pesada, poderemos até ganhar a presença de amigos e familiares que se intercederão para conosco, lógico, isso, depois de passarmos algum tempo indefinido, em regiões menos felizes a que seremos atraídos pelos pensamentos, palavras e feitos praticados.
E, segundo as palavras de Leon Denis, um contemporâneo de Allan Kardec e, claro, amigo íntimo de Chico Xavier: “… sabemos das dificuldades que o espírito que moureja na carne enfrenta para desbravar caminhos à Verdade”. Muitos devem estar pensando nessa citação que todos nós, encouraçados num corpo deteriorável, tiveram a honra de reencarnar com a coragem a que todos se dispuseram de enfrentar às amarguradas situações de um mundo de sofrimentos acerbos. Ledo engano. A grande maioria regressa a esse mundo subjugada à Lei de Causa e Efeito, ou para muitos que não aceitam tal assertiva, da Lei do olho por olho, dente por dente. Fomos, vamos dizer assim, obrigados de livre e espontânea… pressão, pois se caso tivéssemos que escolher, ficaríamos nos planos invisíveis adiando, assim, a retificação das nossas faltas diante da Justiça Divina. Vale aqui a dica.
E, para fechar esse meu comentário do dia, vamos refletir nas palavras do Espírito Leon Denis: “Esqueçamos caprichos de ordem pessoal e, embora atrelados à Lei do Carma, que nos reclama o espírito para inevitável resgate, assumamos o compromisso de servir, a exemplo de Allan Kardec ou Chico Xavier, o iluminado espírito que em duas existências consecutivas, consolidou para a Humanidade os princípios da Fé Raciocinada”. Fenomenal essa citação, não? Estaremos à altura de ficarmos satisfeitos por algo ou alguma que estamos fazendo, no sentido de fortalecer os laços fraternos com essas entidades sublimes? Como diz um ditado popular, “Uma imagem vale mais que mil palavras”, agora convoco a você e a todos aqueles que percorreram os olhos até aqui, refletirmos nesse outro ditado de cunho próprio: Um gesto em forma de Caridade sincera, valerá mais que mil palavras floreadas. Façamos por onde merecer o trabalho de Chico Xavier, esse Bandeirante Sublime que procurou desbravar os corações primitivos e violentos, ainda ignorantes e hipócritas para com a Boa Nova do Cristo. Faz aqui lembrar alguma passagem da nossa história?
Farei aqui uma ressalva para meditação. O Brasil, quando foi “descoberto” pela esquadra de Pedro Álvares Cabral, já se encontrava povoado. As missões nessas terras tiveram muito trabalho em “catequizar” os seus moradores nativos à uma nova ordem religiosa. É claro que muitos desses habitantes não quiseram substituir suas crenças por uma outra que, em essência, não valeria tanto para esse povo. Devo também aqui fazer refletir de que, como houve vários missionários religiosos que procuraram de certa forma levar a condescendência, o amor, a paz e principalmente a compreensão, houve também aqueles índios que aderiram à nova forma de adorar a Deus segundo a Igreja. Mas, todavia, contudo e porém, com certeza houve retaliações, brigas e mortes sangrentas para com aqueles que não quiseram se sujeitar aos rótulos religiosos daquela civilização, para eles, muito estranha.
Portanto, queridos, vamos pensar e repensar no que Kardec e Chico trouxeram para nós, espíritas ou não. Deixemos esses rótulos religiosos que mais são casos de brigas e desuniões e vamos nos fixar na essência das suas missões em terras desconhecidas de muitos dos nossos corações. Sabemos que estamos longe de participar com mais altruísmo com os irmãos desgraçados do caminho, a qual também fazemos parte. Será que, nesse pequeno interregno reencarnatório, hoje, sendo muitos, contrários aos ensinamentos de Deus, de Jesus, Kardec e Chico, não seriam aqueles selvagens revoltados, presos e até mesmo mortos pelos portugueses, por não aceitarem uma justa adoração de suas acaloradas crenças? Fica a reflexão. Comigo meu Caro Leitor Amigo?