A figueira seca
[Livro: Na próxima dimensão (Cap. 28) – Dr. Inácio Ferreira – Médium Carlos Baccelli]
[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br
A figueira seca… Existe muitas simbologias sobre essa parábola de Jesus. Mas creio que, no comentário de hoje, você jamais leu um significado como esse. Você se considera uma figueira seca quanto ao que não faz na doutrina que professa?
A figura de uma figueira seca pode ser verdadeira quando se discute a falta de ação por parte de alguém em relação à sua religião. Essa afirmação remete à ideia de que uma árvore sem frutos ou folhas é inútil e não cumpre seu propósito. Da mesma forma, alguém que professa uma religião, mas não a coloca em prática, pode ser visto como alguém vazio de ações concretas. E como há de figueiras secas, nesse sentido, por aí…
E, para fortalecer esse meu raciocínio nesse curto prolegômenos, vamos analisar o que Odilon Fernandes diz a respeito: “Tenho enfatizado este aspecto, Inácio, pois a faculdade mediúnica, por mais portentosa que não aprimora o médium e nem coopera no aprimoramento dos circunstantes não passa de uma árvore sem frutos… De figueira seca, emendou Dr. Inácio”. A princípio, muitos devem interpretar essa citação, fugindo ao assunto propriamente dito. Mas, devemos considerar que, se somos todos médiuns – ostensivos ou não, dessa ou daquela religião – não tem como correr às responsabilidades de vulto. De fato, todas, eu disse todas as religiões, propriamente ditas, tem sempre uma canga de fieis que, se não ficam na sombra de médiuns que realmente trabalham para ganhar falsa notoriedade, tem aqueles outros que não fazem e atrapalham aqueles que querem trabalhar. Apenas professar uma fé sem vivenciá-la ativamente pode ser considerado vazio e sem propósito.
Observo muito fieis de variadas religiões criadas pelos homens e a inatividade desses, impressiona. Queria saber a quem esses estão seguindo, pois o Cristo que tanto glorificam, não é esse mostrado aos quatro ventos, pois Jesus é o Amor Puro e, se ainda não poderemos ser iguais a Ele, podemos, perfeitamente, seguir-Lhe Seus exemplos. O que nos impediriam nesse intento? Boa vontade, transparência, fidelidade. Teria você essas virtudes disponibilizadas no seu composto religioso? Pelo que vejo por aí, estamos muito longe disso. Não por falta de oportunidades, mas de boa vontade mesmo, pois conhecimento já possuímos, agora falta-nos, sentimentos o bastante para amar os outros como amamos os nossos parentes consanguíneos, isso, com certas ressalvas né?
E segundo Odilon Fernandes: “O objetivo da vida é o amor; tudo que se aprende a fazer, se aprende com a finalidade de saber amar”. Mas será que, pelo menos, estamos procurando por esse Amor? Não é esse amor que o encarapuçamos por paixões. Longe disso. Somos ainda muito egoístas a começar pelas paixões que alimentamos. Sem comentários, não é mesmo? Amor então…
E continuando com a aula de sentimentos dada pelo Odilon Fernandes: “Tudo que se pode conhecer, se conhece para colocar o Amor em prática”. E, segundo ele, ainda não saímos da idade das pedras com relação à prática do Amor Incondicional. Depois de mais de dois mil anos! Vale-nos Deus!
No entanto, é importante lembrar que, cada pessoa tem sua própria jornada espiritual, e a forma como expressa sua religião, pode variar. Nem todos os indivíduos são capazes de demonstrar sua fé de maneira visível ou pública, mas isso não significa necessariamente, que eles não estejam engajados em sua prática religiosa em níveis mais internos. Como sempre digo, nem sempre esses que fazem o bem no anonimato, procuram amealhar, de certa forma, o Bem e o Amor ensinado pelo Mestre Jesus. Fica a dica.
E, verdade seja dita: “A ociosidade é também um mal na Vida além da morte! Poucos os que se convencem da necessidade de se reconstruírem interiormente, utilizando as mãos!”. É… Todo distúrbio que, afanosamente alimentamos na Terra, levamos para o Plano Espiritual e, até que prestemos a atenção e procurarmos nos readaptar à nova vida verdadeira do Espírito, demanda tempo e paciência. Isso, como é o nosso caso hoje, enquadro principalmente os fiéis de todas as bandeiras religiosas. Disse bem Dr. Inácio àqueles que não tem coragem suficiente para sair do armário e encarar de frente a Verdade, nua e crua que, cedo ou tarde teremos, todos nós de prestar as contas com ela.
Dr. Inácio e Odilon Fernandes dialogava com um espírito que fora doutrinador quando ainda na carne. Tinha ele, ainda, congestionado com pensamentos negativos e medo de prosseguir à uma nova reencarnação. E Dr. Inácio procura dar uma injeção de ânimo para ele: “É procurando dar aos outros, o que, muitas vezes, não temos sequer para consumo próprio, que a Vida providencia o que nos esteja faltando”. Mais claro impossível! Não será, mais das vezes, que a Caridade genuína se faça com a nossa abastança. Lembra-se do óbolo da viúva? Ela simplesmente dava o que realmente tinha para sobreviver, com toda certeza, essa mulher não passava muitas necessidades, porque o socorro espiritual sempre vinha acalentar-lhe seu gesto sublime. E você, já passou por essa situação? Não estou dizendo aqui que mesmo dando do que nos sobre nas nossas dispensas, é falta de caridade, mas, um gesto mais significativo daríamos, se se caso viéssemos a dispensar do que realmente precisamos, não é mesmo?
Não sei se vocês prestaram atenção nessa parábola na seguinte passagem que nos relata Marcos: “… Quando saíam de Betânia, Ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. Então, disse Jesus à figueira: que ninguém coma de ti fruto algum. Qual seria a lição que Ele procurou passar aos seus apóstolos nesse sentido? Se aquela árvore não estava no tempo de dar frutos, por que ele a condenou a ficar estéril?
Segundo estudos, a ação de Jesus ao amaldiçoar a figueira pode ser vista como um exemplo de seu poder divino e autoridade sobre a Natureza. Isso é fato. Nessa interpretação, a figueira seca seria um símbolo de hipocrisia religiosa, representando aqueles que aparentam ser frutíferos e piedosos por fora, mas não produzem resultados significativos em suas vidas. Ao amaldiçoar a árvore, Jesus estaria transmitindo uma mensagem sobre a importância da autenticidade e da verdadeira fé. Que não seria a fé em nossas vidas, não é mesmo? O que ela representa para nós e, sequer, damos conta da sua importância em nossa vida espiritual. Diante do exposto aqui, você estaria pronto a aceitar a esterilidade dos seus atos religiosos não praticados, caso Jesus viesse ao seu encontro? Vale uma profunda reflexão, não? Comigo, meu Caro Leitor Amigo?