Em torno da Prece
Livro: Entre a Terra e o Céu (Cap. 1) – Francisco Cândido Xavier – Ditado pelo Espírito André Luiz
[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br
Aos seguidores de Chico Xavier, meu Salve.
A Prece… Você tem como rotina fazer orações como tem tempo para se divertir? Ou isso não entra no seu quadro de sobrevivência? Se não, tem sérios motivos para ser comandado por espíritos inferiores que adoram pessoas assim como você. Como os alimentos é indispensável para o corpo físico, a prece é para a alma. Sem a oração, a alma pode ficar raquítica e precisar de sérios tratamentos psicológicos, pois, sem alimentá-la, você corre o risco de ter transtornos mentais irreversíveis. Fica a dica.
André Luiz participava de uma palestra no Templo do Socorro, em Nosso Lar, feita pelo Ministro Clarêncio a respeito dos benefícios da prece. Essa narrativa encontra-se no livro “Entre a Terra e o Céu”, pelo espírito André Luiz através da mediunidade do saudoso Chico Xavier. Vejamos algumas valiosas citações: “A prece qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde”. É fato e é da Lei que toda prece é ouvida; agora, se ela irá ser atendida, tem vários fatores a seres analisados pelos responsáveis do seu recebimento, inclusive, e creio, o principal fator é o merecimento.
Sabe-se que uma grande maioria de pessoas não sabem rezar, isto é, quando lembram dela. E, segundo a citação acima, ela é ouvida com carinho pelos Arautos do Senhor que irá analisar, criteriosamente, se o fiel que a proferiu, esteja à altura de receber uma graça segundo o seu merecimento. Creio, que mais vezes, alguma prece é concretizada também por interferências de familiares que, por dentro das necessidades destes, lhe facultam a graça de serem, seus pedidos, realizados. Mas como disse o Instrutor, cada prece é uma ação provocando uma reação, ou seja, se cumprida ou não satisfatoriamente, virá a reação pelo bem ou mal praticado através dela.
Outra citação de significativa importância para todos nós: “Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram”. Como podemos analisar nessa citação, desde as bactérias ao anjo, o Sopro de Deus se encarrega de auxiliar cada ser vivo, indiferentemente esteja ele nos estágios de ameba, mineral, vegetal, animal, hominal e anjo. O instinto, mesmo sendo uma gradação na escalada evolutiva dos homens, encerrados em um corpo físico, se encarrega de aperfeiçoar cada Centelha Imortal, segundo as necessidades de avanço. A inteligência, mesmo ainda em processo de compreensão, habilita-se para galgar degraus mais aperfeiçoados com as suas reais necessidades; já a razão é trabalhada no homem que procura se auto conhecer diante do aprendizado na Terra, que para cada um, é interpretado como prisão, escola ou hospital. A inteligência, por si só, ganha parâmetros mais elevados, desde que a criatura, que dela conquistou os laureis dos conhecimentos cada vez mais complexos, ganha novas responsabilidades às suas experiências vividas; agora a angelitude, seria para poucos, principalmente, quando o testemunho cristão é o passaporte para regiões onde a forma humana inexiste.
“No Reino Espiritual, compete-nos considerar igualmente os princípios de herança. Cada consciência à medida que se aperfeiçoa e se santifica, aprimora em si qualidades do Pai Celestial, harmonizando-se, gradativamente, com a Lei”. Disse com propriedade o palestrante. Importante essa citação, que com certeza passou de liso por muitos. A herança. O que significaria isso, senão receber aquilo que lhe é de direito, ou seja, merecimento. Muitas das vezes, a petitória está alicerçada sempre no “Venha a nós…”, mas o “Vosso Reino…” nada. Somos tão egoístas nesse sentido, de que pedimos sempre algo que nos conforte uma suposta felicidade, não para a alma, mas sim, para os prazeres passageiros do corpo. Enquanto não elevarmos esse padrão de preces, com certeza, iremos vociferar no pântano das imperfeições que prazerosamente atolamos ainda mais. O aperfeiçoamento sempre vem de dentro para fora e não ao contrário. E essa santidade não é aquela que, propositadamente elegemos esse ou aquele espírito que, deveras, auxiliou a humanidade, mas sim, a consciência desse espírito em consonância com a prática da Lei de Deus que ainda está vigorando. Ela jamais perderá sua validade. Fica a dica.
Uma pergunta interessante foi feita por Hilário, um dos presentes na palestra de Clarêncio: “Um homem que deseja cometer um crime, estará também no serviço da prece?”. Resposta: “Abstenhamo-nos de empregar a palavra “prece”, quando se trate do desequilíbrio (…) digamos “invocação”. Como a prece é um ato de louvor, não é mesmo? Como sempre digo, na maioria das vezes, rezamos alhures. Temos a infeliz facilidade de, enquanto “rezamos”, estamos automaticamente pensando na vida do vizinho, nas contas a pagar, no feriadão próximo, esquecendo daquela passagem em que Jesus nos disse que se quisermos conversar com o Pai, que entremos para o nosso quarto, e, lá, dialoguemos com Ele como ato de humildade. O desequilíbrio humano ainda é fator de muitos escândalos. Sabe-se que somos enfermos da alma e, estamos no mundo, para melhorarmos espiritualmente falando. Muitos há de perguntar: Qual seria o processo? Digo-lhes, que também falou o Mestre: “Vigiai e Orai”. Sem esses dos pilares de sentimentos, difícil será arguirmos de nós mesmos, o trabalho instintivo da reforma íntima, nos dizeres fantástico de Sócrates: “Conheça-te a ti mesmo”.
E complementando a resposta dada pelo instrutor: “Analisemos com cuidado a nossa escolha em qualquer problema ou situação do caminho que nos é dado percorrer, conquanto o nosso pensamento voará, diante de nós, atraindo e formando a realização que nos propomos atingir…” Muito delicada essa assertiva, porque não temos ainda o controle dos nossos pensamentos. Pensamos, falamos e realizamos coisas, diante de situações da vida que, muitas vezes, não são nossos. Muitas vezes nos tornamos em “animais de estimação” dos espíritos das sombras, por não sabermos diferenciar o que é nosso e o que é de terceiros. Daí a nossa preocupação em vigiar e orar sempre, pois estamos a todo momento, sendo observados por olhos físicos e espirituais. As escolhas que tomamos, tem que estar muito bem alicerçadas na perspicácia em diferenciar o joio do trigo. Temos essa tática, porém, sem usarmos a vigilância e a prece como escudos para as investidas do mal, difícil conciliar, melhoria ou avanço espiritual sem as roupas nupciais para o banquete em que a nossa consciência se fará a protagonista da vez.
Outra citação de valor inestimável para as nossas reflexões do momento: “O Senhor tolera a desarmonia, a fim de que por intermédio dela mesma, se efetue o reajustamento moral dos espíritos que a sustentam. (…) Todos somos senhores de nossas criações e, ao mesmo tempo, delas escravos infortunados ou felizes tutelados”. Enquanto ainda estivermos presos às nossas criações infelizes, e sem controle, como também os nossos pensamentos subjugados a terceiros, nossa vigilância e as nossas preces, se tornarão, tão somente, em flores artificiais sobre uma mesa. Para muitos, a Terra parece um mundo sem lei, contudo: “Pedimos e obtemos, mas pagaremos por todas as aquisições. A responsabilidade é princípio divino a que ninguém poderá fugir”, encerrou magnificamente a palestra o Instrutor Clarêncio. Com ele, meu Caro Leitor Amigo?