Eurípedes Barsanulfo. De Antióquia-nos-Orontes à cidade mineira de Sacramento…

[Fabio Dionisi] fabiodionisi@terra.com.br

Estes dias estava lendo sobre reencarnação, no Evangelho Segundo o Espiritismo, quando despontou-me a vontade de escrever um artigo sobre o tema.
Mas, como fazê-lo, sem chover no molhado… Tanto se acha a respeito que encontrei dificuldade em escolher o caminho…
Por fim, lembrei-me de uma comunicação recebida do nosso Orientador e Coordenador do Recanto de Luz – Pronto Socorro Espiritual Irmã Scheilla, Dr. Arthur Neiva, médico humanitário que viveu no Brasil, na primeira metade do século passado; quando ele nos brindou com informações sobre alguns dos ícones do Espiritismo.
E, este será nosso ponto de partida…
Tudo começou com uma psicofonia, em 18.08.2010, onde ele nos comentou quanto à Eurípedes Barsanulfo: “No ano 1880 eis que o Senhor nos brinda com quem padeceu em Antióquia (a) duas reencarnações. Nasce na chácara de São João quem esteve [também] com os essênios (30 a.C.); reencarna Eurípedes Barsanulfo. Brasileiro. Encarnado em 1º de Maio de 1880 na cidade Mineira de Sacramento. Desencarnou em 1918. Educador. Médium curador de invulgar capacidade. Um grande coração que soube amar seus semelhantes de acordo com as prescrições evangélicas. Polemista ardoroso. Colaborou em vários órgãos da imprensa Espírita e leiga. Espírito afável, amável; de todos os médiuns curadores, ele foi o maior. Em carroças, burros, na cidade, Barsanulfo atendia 5000 almas/mês. Tinha quase todos os tipos de mediunidade. Espírito Crístico.”
Já que estamos falando de outras reencarnações, lendo a bela obra de Geraldo Peixoto de Luna, “Eurípedes Barsanulfo. De Roma a Sacramento”, em suas “Notas ao Leitor”, ele faz alusão à algumas delas: “(…) nas reencarnações como o essênio (b) Marcos [Século I a.C.], o escravo Rufo [Século III d.C.] e o genial filósofo suíço, Johann Kaspar Lavater [1741 – 1801], por nos chamarem muito a atenção, notadamente como essênio, ao lado de Bezerra de Menezes e Cairbar Schutel, recepcionando a Grande Estrela – o Messias prometido pelos Profetas – dele recebendo preciosos ensinamentos, apesar da faixa etária física do Divino Adolescente, que se situava entre os 14 e 16 anos”. 1
Entre os Essênio, como Marcos
Quanto à esta, Chico Xavier já relatara, anteriormente, que Eurípedes esteve entre os essênios, com Dr. Bezerra de Menezes e Cairbar Schutel.
Disse-lhe [Chico], à Hugo Gonçalves [amigo de Cairbar Schutel, desde priscas eras], que: “o notável livro ‘A Grande Espera’ 2, ditada pelo espírito Eurípedes à médium Corina Novelino, os tem por personagens principais: Raboni (título judaico: mestre) – Jesus adolescente, Lisandro – Bezerra de Menezes, Marcos – Eurípedes Barsanulfo, Josafá – Cairbar Schutel”. 1 (p. 69)
Outro ponto que certamente nosso querido leitor ou leitora amiga poderá concordar conosco é sobre a longa preparação que os missionários são submetidos até se encontrarem prontos para as tarefas que lhe são confiadas pelo nosso Querido Raboni. Um missionário como Barsanulfo, não “surge” ao acaso. Ele, quando Marcos, recebe instruções do próprio Mestre e Guia, Jesus, quando adolescente em visita aos essênios.
“O Adolescente [Jesus] fixou o olhar de luz no semblante sereno do moço e esclareceu: — Marcos [Barsanulfo], repousam nos teus ombros fardos de grande envergadura bem mais delicados que os de todos os teus companheiros reunidos. O horizonte está ensombrado de incertezas e aflições, e é necessário que realizes o fato novo de dourar, com o brilho da coragem e da abnegação, a linha do entendimento nos corações. Estás disposto à grande tarefa?. (…) O postulado bendito será concretizado na orientação dos companheiros [essênios], no círculo das obrigações comuns referentes ao alargamento das atividades.” 1 (p. 87)
Fazendo com que, daí por diante, seu coração estivesse “vigilante no bem-estar dos semelhantes e a alma totalmente entregue às belezas da solidariedade fraterna” 1 (pag. 88). O que o transformaria, na pequena Sacramento, em Minas Gerais, Brasil, no Apóstolo da Caridade!
Sacrificado, ainda jovem, na Judéia, por ser ardoroso propagador da Boa Nova, é queimado após ser brutalmente flagelado na sinagoga, graças à intolerância dos judeus.
Barsanulfo, o escravo Rufo (século III)
Rufo é um personagem do livro “Ave Cristo”, ditado pelo Espírito de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier.
E é o próprio Chico, ratificado por Divaldo Pereira Franco, que confirma que Rufo é uma das reencarnações de Eurípedes Barsanulfo.
Para variar, mais uma vez, este Espírito de Escol sucumbiria, no ano de 235 d.C., por não aceitar renegar sua crença em Jesus.
Segundo Emmanuel, Rufo era um escravo (…) que não aceitou abjurar o cristianismo e jurar fidelidade aos deuses romanos; e que, por isso, foi condenado a morrer arrastado atado à cauda de um potro bravio.
Mais uma vez, tocou-lhe, a Barsanulfo, emancipar-se de forma brutal, para melhor servir aos desígnios do Senhor… Novamente, Mártir do Cristianismo!
Como Johann Kaspar Lavater, o sábio helvético (século XVIII)
A época como mártir acabara… Agora Eurípedes reencarna na figura de um grande filósofo, teólogo, escritor e educador suiço.
Esta confirmação foi dada pelo Espírito de Manoel Philomeno de Miranda, no livro psicografado por Divaldo Pereira Franco, “Tormentos da Obsessão”; e também ratificada pelo Espírito de Inácio Ferreira, no livro “Do outro lado do espelho”, psicografado por Carlos A. Baccelli.
Nas palavras de Dr. Ignácio, no livro “Tormentos da Obsessão”: “(…) o missionário do amor renascera em Zurique, no ano de 1741, com o nome de Johann Kaspar Lavater, havendo manifestado desde muito jovem acentuado pendor místico, que o levou através dos anos à adoção da religião dominante, na área do Protestantismo. Havendo sido ordenado pastor (…). Orador incomum e pensador profundo, com imensa habilidade para desenovelar Jesus dos símbolos neotestamentários em que fora sitiado pelos Concílios e interesses subalternos das religiões do passado, seus sermões atraíam grande público, especialmente porque, àquela época, apoiavam a revolução das ideias novas que se alastravam pela Suiça, recém-chegada da França”.
Este incrível teólogo é considerado o pai da moderna Fisiognomonia. Nesta área de conhecimento, publicou o livro “A arte de conhecer os homens pela fisionomia”.
No livro “Do outro lado do espelho”, o mesmo Dr Inácio confirma novamente esta encarnação de Barsanulfo; adicionando que teve outra, antes de nascer em Sacramento, como a de um lenhador humilde.
“Conta-se que, antes de reencarnar na roupagem de Eurípedes Barsanulpho, o apóstolo de Sacramento, o espírito que havia sido em existência imediatamente anterior, o filósofo suíço Johann Kaspar Lavater foi humilde lenhador às margens do Borá, aclimando-se para a tarefa que seria chamado a desempenhar.” 1 (p. 113)
Ribeirão Borá, próximo de Sacramento, “como asseverou Divaldo Franco: Lavater assim reencarnou para amar a Natureza mais de perto, para senti-la de melhor e preparar-se para voltar, a seguir, com uma extraordinária missão, (…) com o nome de Eurípedes Barsanulpho”. 1 (p. 121)


(a) Antioquia-nos-Orontes: uma cidade antiga erguida na margem esquerda do rio Orontes. É a moderna Antakya, capital da província de Hatay, no sul da Turquia, perto da fronteira com a Síria. Em épocas antigas, a cidade era conhecida como Antioquia da Síria e tinha um significado histórico para o Cristianismo; nela, Paulo de Tarso pregou o seu primeiro sermão cristão, e foi onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos (Atos 11:26).
(b) Essênios: grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C.


1 LUNA, Geraldo Peixoto. Eurípedes Barsanulfo. De Roma a Sacramento. 1. ed. Uberaba: Livraria Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2007.
2 NOVELINO, Corina. A grande espera. Pelo Espírito de Eurípedes Barsanulfo. 4 . ed. Araras, São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 1995.

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