Via Láctea

[Nelli Célia] nellicelia@yahoo.com.br

                Humberto de Campos Veras nasceu em 25 de outubro se 1886 (Miritiba-Maranhão) e faleceu em 5 de dezembro de 1934, na cidade do Rio de Janeiro. Jornalista, escritor, político, membro da Academia Brasileira de  Letras.

                De família pobre, ficou órfão de pai aos seis anos de idade, ficou com a mãe e foram morar em São Luís, depois foi para a cidade do Rio de Janeiro. Formou-se jornalista e logo ganhou notoriedade.

                Humberto de Campos ficou famoso por suas crônicas e contos, levando-o em 1920 a fazer parte da Academia de Letras. No ano seguinte, foi eleito Deputado Federal por Maranhão. Foi reeleito e cassado pelo golpe da Revolução de 1930. Já com problemas de saúde, voltou a ganhar destaque nacional em 1933, ao publicar Memórias.

                Em 1932, a Federação Brasileira publicou o livro Parnaso de Além-túmulo, era o primeiro livro psicografado pelo Chico Xavier, contendo uma coleção de poemas ditado por diversos espíritos eminentes, como Augusto dos Anjos, Alvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Cruz e Souza e outros.

                Humberto de Campos, a pedido da Federação Brasileira Espírita, ficou responsável  para a verificação dos poetas citados, legitimando as autorias. A família de Humberto de Campos protestou referindo os direitos autorais, mas perdeu a causa na justiça.

                Em 1944, Humberto de Campos usou o lápis de Francisco Candido Xavier e deixou suas mensagens usando o pseudônimo de Irmão X.

_________________________________________                   

Via Láctea

À noite, em viagem, sob o céu de Estio

Que, alto, estrelado, num dossel se arqueia,

Sem o claro farol da lua cheia,

Pela estepe do mar. Corre o navio.

E atrás, na esteira, pelo céu vazio,

A chaminé, a fumegar, semeia

E se perde na noite, como um rio…

Muito acima, no entanto, sem um rumo,

Despertando a amplidão do seu letargo,

Retália do céu um turbilhão de fumo.

Há uma estrada de luz no firmamento…

– E o navio de Deus, que passa ao largo

Como o penacho de estrelas solto ao vento!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *