Estandarte oferecido pela Irmã Scheilla ao Chico

[Fabio Dionisi] fabiodionisi@terra.com.br

Ultimamente temos lembrado dos inúmeros fenômenos de materialização ocorridos no século passado, aqui no Brasil, muitos dos quais com a participação da veneranda Irmã Scheilla.

Hoje decidimos compartilhar um que reputamos uma curiosidade e que envolve o venerando Francisco Cândido Xavier: um estandarte que lhe foi oferecido pela irmã.

Mister registrar como chegamos a este conhecimento. Adquirimos um exemplar do livro Fragrâncias do Amor1, uma obra de mensagens do Espírito de Scheilla, ditado ao médium Emmanuel Alves Moreno. Quando iniciamos a leitura, no capítulo “Apresentação”, escrito pelo médium, apresentando seu trabalho, encontramos que, por ocasião das comemorações dos 40 anos de mediunidade de Chico: “Certa feita (…), ‘completamente materializada em reunião específica de ectoplasmia, em benefícios de enfermos, Scheilla apresentou aos presentes, (…) um belíssimo estandarte confeccionado por ela própria (…)’. De cor azulada, bordado em alto-relevo e composto de quarenta pequenas rosas, todas luminosas, tinha o formato de um coração, onde, na parte interior, podiam-se ler os caracteres semelhantes à tão conhecida assinatura de Chico. ‘Uma singela homenagem ao querido irmão Chico’, disse ela, em voz direta, com seu sotaque bem característico. Esse estandarte encontra-se exposto na Colônia Nosso Lar.”

Curiosos, decidimos buscar o texto original.

Descobrimos que pertenciam a um relato de Júlio Cézar Grandi Ribeiro, o “Julinho”, registrado por Divaldinho Mattos, em sua obra: De amigos para Chico Xavier. 2 (p. 213)

Tratou-se de uma entrevista dada pelo Julinho, ao Divaldinho. Esclarecendo ao leitor que o livro acima foi publicado, pela primeira vez, em 1997, quando Chico já contava com 87 anos de idade. O que nos leva a crer que esta entrevista tenha ocorrido na década de 90.

Caros leitores, peço a gentileza que guardem na memória que Chico completou 40 anos de mediunato no ano de 1967.

Antes de passarmos a ela, desejamos esclarecer que Júlio Cezar Grandi Ribeiro (1935-1999) foi um grande médium, inclusive de efeitos físicos e de cura, e amigo de Chico Xavier.

Divaldinho pergunta-lhe: “Estando na residência do médium, ou no Grupo Espírita da Prece, com quais palavras se refere ao médium nosso irmão Estevão, seu Benfeitor Amigo?” 2 (p. 213)

Pequena digressão, para esclarecer que o Espírito Estevão era o guardião das tarefas de Julinho no movimento espírita.

Prosseguindo…

Júlio Cézar responde de forma mais ampla, dizendo que os Espíritos, embora não tecessem elogios ao Chico Xavier, o tratavam com muito respeito e carinho.

Como exemplo, dá os dois belíssimos poemas compostos pelos Espíritos de Maria Dolores e Manoel Quintão, por ocasião dos cinquenta anos de mediunato do Chico (1977); dizendo que foram passados por eles, por ocasião das homenagens ao médium, no Estado de Espírito Santo. 2 (p. 213)

Para esclarecimento: Chico completou 50 anos de mediunato no ano de 1977.

E prossegue Júlio Cézar na resposta, citando Scheilla, por ocasião das homenagens prestadas ao médium quando completou quarenta anos de labor mediúnico (1967).

Numa reunião de ectoplasmia de cura, a irmã, totalmente materializada, apresentou um presente para Chico, em comemoração aos seus quarenta anos de mediunato.

“Um belíssimo estandarte confeccionado por ela própria e que se encontra guardado, ou melhor, exposto em Nosso Lar. É uma homenagem singela ao querido irmão ‘Chico’ Xavier, explicou ela com sotaque alemão bem carregado no ‘r’.

Lindo o estandarte, numa espécie de tecido azul claro. Quarenta rosinhas bordadas em alto relevo, distribuídas em forma de coração, flores luminosas sobre o campo iluminado, no interior do qual se conseguia ler ‘Chico Xavier’, em caracteres semelhantes a assinatura tão facilmente identificável do prezado médium.” 2 (p. 213-214)

Ocorreu-nos, neste ponto, que falamos tantas vezes em voz direta que nos esquecemos de explicar do que se trata, principalmente aos neófitos da consoladora Doutrina Espírita.

Segundo o egrégio Hermínio C. Miranda, em sua obra Diversidade dos carismas 3 (vol. 2; p- 25-26), “a voz somente é direta no sentido de que o espírito manifestante não se utiliza do aparelho fonador do médium, indo direto à trombeta que lhe serve de amplificador, mas é igualmente certo que, não estando presente a pessoa dotada das faculdades adequadas, o fenômeno não ocorre.”

Lembrando, ao caro leitor, de que a trombeta é formada, pelo Espírito, a partir do ectoplasma presente, ou doado por um médium presente; como ocorre com todos os demais fenômenos de efeito físico.

Para os saudosos desta época áurea dos efeitos de materialização, mormente com o envolvimento da veneranda Irmã Scheilla, sugerimos a leitura dos capítulos pertinentes ao tema que se encontram em obra de nossa lavra: Irmã Scheilla, Missionária do Amor. 4

Fiquem em paz.

_________________________________________________________________________­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

1 MORENO, Emmanuel Alves. Fragrâncias do amor. Mensagens do Espírito Scheilla. Pelo Espírito Scheilla. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lar de Tereza, 2012.

2 MATTOS, Divaldinho. De amigos para Chico Xavier. 1. ed. Votuporanga, SP: Didier, 1997

3 MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos carismas. Teoria e prática da mediunidade.  Niterói, TJ: Arte e Cultura, 1991.

4 DIONISI, Fabio. Irmã Scheilla. Missionária do Amor. 3. ed. Ribeirão Pires, SP: Editora Dionisi, 2022.

_________________________________________________________________________

O autor é editor, articulista, escritor, palestrante, jornalista; responsável pelo CE Recanto de Luz – Pronto Socorro Espiritual Irmã Scheilla, em Ribeirão Pires (SP).

www.irmascheilla.org.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *