A polêmica existência das Trevas e seus abismos… Com a palavra, André Luiz

[Fabio Dionisi] fabiodionisi@terra.com.br

Caro leitor, desde já pedimos compreensão pelas longas transcrições, uma vez que, por não podermos contar com credenciais próprias, precisamos dos registros de um Espírito com reputação reconhecida na lide Espírita para desenvolver este tema ainda tão polêmico. Trata-se de André Luiz.

“Há, porém, André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram.” 1 (cap 2; p. 100)

O que sabemos, até o momento, é de que temos as seguintes divisões principais, quanto aos habitantes desencarnados relacionados com este planeta: (1) bem acima da superfície terrestre: zonas superiores da Terra, (2) próximos da crosta: Umbral (Umbral grosso, Umbral médio e Umbral), (3) superfície terrestre: os que se encontram entre nós, (4) abaixo da superfície terrestre: os Espíritos localizados nas Trevas e seus abismos, nas profundezas dos oceanos e no âmago da terra.

Como nosso foco são as Trevas e seus abismos, iniciaremos pelo ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, publicado pela FEB; onde está registrado, que elas começam na superfície e se estendem pelos abismos (regiões abismais). 2 (p. 68)

“Chamamos de Trevas as regiões mais inferiores que conhecemos  3 (cap. 44). São regiões (ou esferas) espirituais situadas abaixo e na superfície do globo terráqueo, também conhecidas como abismo ou regiões abismais.” 2 (p. 68)

Segundo suas referências bibliográficas, o ESDE valeu-se de duas obras de André Luiz, para fazer esta afirmativa: (a) Nosso Lar [cap. 44 (As trevas)] 3 (p.291) e (b) Obreiros da vida eterna [cap. 7 (Leitura mental), último parágrafo] 4 (p. 143)

Pesquisando na própria fonte, encontramos:

[Nosso Lar] “— Chamamos Trevas às regiões mais inferiores que conhecemos. Considere as criaturas como itinerantes da vida. Alguns poucos seguem resolutos (…). São os espíritos nobilíssimos, que descobriram a essência divina em si mesmos, marchando para o alvo sublime, sem vacilações. A maioria, no entanto, estaciona.

Temos então a multidão de almas que demoram séculos e séculos, recapitulando experiências. (…) caminham descrevendo grandes curvas. Nessa movimentação, repetindo marchas e refazendo velhos esforços, ficam à mercê de inúmeras vicissitudes. Assim é que muitos costumam perder-se (…).

Classificam-se, aí, os milhões de seres que perambulam no Umbral. Outros, preferindo caminhar às escuras, pela preocupação egoística que os absorve, costumam cair em precipícios, estacionando no fundo do abismo por tempo indeterminado.” 3 (cap. 44)

“— Contudo, Lísias, poderá você dar-me uma ideia da localização dessa zona de Trevas? Se o Umbral está ligado à mente humana, onde ficará semelhante lugar de sofrimento e pavor?

— Há esferas de vida em toda parte —  disse ele, solícito  —, (…). Em tudo há energias viventes e cada espécie de seres funciona em determinada zona da vida. Depois de pequeno intervalo (…), continuou: — Naturalmente, como aconteceu a nós outros, você situou como região de existência, além da morte do corpo, apenas os círculos a se iniciarem da superfície do globo para cima, esquecido do nível para baixo. A vida, contudo, palpita na profundeza dos mares e no âmago da terra.” 3 (cap. 44)

[Obreiros da vida eterna] “Logo após (…), nos reuníamos aos diversos auxiliares que se detinham a distância, a fim de nos comunicarmos com os filhos da ignorância e do infortúnio, temporários habitantes do abismo.” 4 (cap. 7)

Textualmente, as duas passagens transcritas atestam que estas regiões, povoadas de Espíritos endurecidos e, geralmente, não arrependidos, existem e se encontrem da crosta terrestre para baixo: “na profundeza dos mares e no âmago da terra”.

Leitor querido, encontramos mais, em André Luiz, confirmando as Trevas e seus abismos, na zona subcrostal do planeta Terra.

Em Obreiros da vida eterna 4, no capítulo 15: “Aprendendo sempre”, e em Libertação 5, no capítulo 7: “Quadro doloroso”.

“— Não há motivo para tamanho assombro. Estamos diante de infelizes, aos quais não falecem proteção e esperança, porquanto outros existem tão acentuadamente furiosos e perversos que, do fundo escuro do sepulcro, se precipitam nos tenebrosos despenhadeiros das esferas subcrostais, tal o estado deplorável de suas consciências, atraídas para as trevas pesadas.” 4 (cap. 15; p. 237-238)

“— Não estamos contemplando senão a superfície de trevosos cárceres a se confundirem com os precipícios subcrostais.” 5 (cap. 7; p. 93)

Obviamente que estamos falando, sempre, em dimensões físicas superiores à nossa; ou seja, acima da terceira dimensão física, onde se encontram os Espíritos desencarnados.

Quanto à esta questão destas regiões, mister fazermos alguns outros registros.

O Umbral já foi separado das Trevas logo no primeiro livro ditado por André Luiz: Nosso Lar 3, tanto que encontramos o capítulo 12: O Umbral e o capítulo 44: As Trevas.

Além desta primorosa obra da literatura Espírita, fomos agraciados com outra, Cidade no além, um roteiro ilustrado de “Nosso Lar” 6, cujos médiuns participantes foram Chico Xavier e Heigorina Cunha, que receberam as informações dos Espíritos André Luiz e Lucius. A confiabilidade e seriedade do trabalho foi chancelada pelo médium Francisco Cândido Xavier, que recebeu, através de sua mediunidade, esclarecedor preâmbulo do próprio Espírito André Luiz.

É o mesmo André Luiz que diz, por meio da intuição, em outra obra de Heigorina Cunha, Imagens do Além: “Se fora possível cortar a Terra pelo meio, em seu todo, quer dizer, até onde alcançam seus limites verdadeiros, ver-se-iam círculos iguais aqueles, uns dentro dos outros, representando estágios da vida espiritual, ou esferas vibratórias onde vivem os Espíritos, de acordo com a sua elevação. Numa dessas esferas estão as bases de Nosso Lar, a Colônia que conheces.” 7 (p. 27)

Conta Heigorina Cunha, em seu livro Imagens do além 7, que o desenho das esferas espirituais do planeta Terra veio logo após as palavras ouvidas mentalmente por ela. 7 (p. 27-28)

esfera

Transformando esta figura numa tabela, teremos:

Nas palavras de Heigorina: “Levamos os dois desenhos para o nosso Chico Xavier vê-los. Disse-nos, espontâneo: — É essa a forma real da Terra. Se cortarmos ao meio uma cebola, nos dará essa visão, de uma esfera dentro da outra.” 7 (pag. 30)

Caros leitores, podemos duvidar de alguma coisa até aqui?

Quanto à questão das esferas espirituais, em Obreiros da vida eterna 4, ditado por André Luiz ao Chico Xavier, encontramos: “O Espiritismo começou o inapreciável trabalho de positivar a continuação da vida além da morte, fenômeno natural do caminho de ascensão. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a Imensidade.” 4 (prefácio; p. 9)

Diante das limitações naturais impostas em um artigo, cessamos por aqui, mas, caso desejem maiores detalhes sobre estas regiões sugerimos a leitura do livro O que está escondido nos grandes abismos? 8, desenvolvido à partir dos registros, — e somente deles —, de Espíritos de reputação ilibada, dentro do Espiritismo.

Fiquem todos em paz; mas, vigilantes.

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1 XAVIER. Francisco Cândido. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. RJ: FEB, 2008.

2 ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita. Programa Complementar. Tomo único. 1. ed. RJ: FEB, 2008.

3 XAVIER, Francisco Candido. Nosso lar. Ditado pelo Espírito André Luiz. RJ: FEB, 1989.

4 XAVIER, Francisco Cândido. Obreiros da vida eterna. Ditado pelo Espírito André Luiz. RJ: FEB, 1989.

5 XAVIER, Francisco Cândido. Libertação. Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: FEB, 1987.

6 XAVIER, Francisco Candido e CUNHA, Heigorina. Cidade no além. Um roteiro ilustrado de “Nosso Lar”. Pelos Espíritos André Luiz e Lucius. Araras, SP: IDE Editora, 2008.

7 CUNHA, Heigorina. Imagens do além. Espírito Lucius. Araras, SP: IDE Editora, 2009.

8 DIONISI, Fabio. O que está escondido nos grandes abismos? Ribeirão Pires: Editora Dionisi, 2018.

O autor é editor, articulista, escritor, palestrante, jornalista; responsável pelo CE Recanto de Luz – Pronto Socorro Espiritual Irmã Scheilla, em Ribeirão Pires (SP). www.irmascheilla.org.br

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