Brilhos do Carnaval
Da Obra: LUZ (Autora: Japer – Ditado pelos Espíritos Altamiro e equipe)
O carnaval é um período em que algumas pessoas gostam de se adornar de muitos brilhos. Inclusive a alma se engalana de alegria exagerada que pretende luzir no escuro da inconsciência. As lantejoulas, no entanto, têm brilho fugaz. Duram apenas relâmpagos. A glória de ser maior e melhor se esfuma. Só resta o cintilar das lágrimas, de ventura ou tristeza, ou o brilho da pouca saudade que fica.
Ainda há quem faça, do período de Momo, a própria felicidade de todo um ano. Há planos completos e demorados. Os corpos são esculpidos para se mostrar ao público. As alegorias despertam interesse. É a ânsia de ser melhor nas competições desenfreadas da vida. Muito dinheiro é despendido na realização do sonho que dura só poucos dias. E depois vem o gosto das cinzas.
Quarta-feira de cinzas: é este o termo. Dá a impressão de que as fantasias se incendiaram e restam apenas desilusões. É o amargor do que passou tão rápido…
Sempre existiram sonhos de glória e fausto. Os desfiles carnavalescos, no Brasil, são apoteoses de deslumbramento para os que os assistem. É um modo de esquecer, o oblívio das dores, preocupações e canseiras. Há um desvario e imersão em fantasias eróticas e etílicas, afastamento temporário da realidade. Alegria genuína é pouca.
Não nos cabe condenar. Cada um está no degrau que lhe compete, e é feliz como consegue. Pena que após as alegrias esfuziantes apareçam desilusões.
Os brilhos do carnaval da vida sempre se apagam. São tão fugazes como as ânsias de ser feliz nesse período. A alegria duradoura não tem brilhos externos.