Editorial No 115 (Setembro, 2023) – Precisamos falar a respeito!

Editor responsável: Fabio Dionisi
[Fabio Dionisi] fabiodionisi@terra.com.br

O suicídio no Brasil está crescendo de forma ininterrupta nas últimas décadas. A faixa etária compreendida entre 15 e 29 anos de idade é que mais apresenta crescimento, bem acima da média. Se até alguns anos atrás a maior taxa de aborto do plano reencarnatório se dava nas faixas mais idosas, principalmente entre o sexo masculino, acima de 70 anos, agora a adolescência, mocidade e juventude lidera em número absoluto.
Na última estatística disponibilizada pela OMS em 2012, quando foram registrados de 804.000 suicídios no Mundo, o Brasil já ocupava a 8ª posição entre os países de maior número de óbitos, com cerca de 12.000 casos notificados de suicídio; o que sabemos não refletir a realidade. Posição, diga-se de passagem, nada invejável…
Globalmente falando, em 2012, entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, foi a 2ª principal causa de óbito. No Brasil, nesta mesma faixa etária, em 2014, esta modalidade já representava a terceira causa mortis!
Também se estima que para cada adulto que se suicida, pelo menos outros 20 atentam contra a própria vida.
Tanto a OMS quanto o nosso Ministério da Saúde já assumiram que o suicídio é “problema de saúde pública”, que requer políticas urgentes de abordagem e prevenção.
Por isso que no dia 10 de setembro se celebra o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que tem como lema “Conectar, comunicar, cuidar”.
Mas, infelizmente, o que se percebe é que o tema ainda continua sendo um tabu, inabordável, onde se prefere a omissão do silêncio, e que pouco se fez para reverter este quadro desolador, mormente nas faixas etárias mais jovens. Pouco se fala, quase não se divulga na mídia e a “epidêmica” falta de diálogo no lar travaram as discussões que deveriam acontecer entre os membros familiares.
A prevenção é possível sim! O mito enganoso de que não há nada a se fazer foi desfeito com os dados obtidos na última década, mormente nas causas motivadoras do auto extermínio. Mas não ocorre ainda uma campanha séria, e de forma adequada, de divulgação de informação para que o quadro seja revertido.
De acordo com estudo levado a efeito, por dois médicos da OMS, num Universo de 15.629 casos de mortalidade por suicídio, constatou-se que 90% dos casos eram diagnosticáveis e tratáveis, e que poderiam ter sido evitados se medidas preventivas tivessem sido tomadas a tempo, principalmente dentro de casa. Somente 10% dos abortos do próprio projeto existencial foram de forma fria e calculista!
Numa pesquisa publicada em 2002, realizada pelos psiquiatras Dr. Bertolote e Dra. Fleishmann, constatou-se que as psicopatologias são responsáveis por 90% destes óbitos. As principais causas são a depressão [35% dos casos], transtorno de ordem mental devido ao uso de substâncias, ou seja, drogas lícitas ou ilícitas [22%], desordem de personalidade [11%], esquizofrenia [10%], etc. Que poderiam ter sido tratados, mas não o foram…
Não somos especialistas, mas podemos, sim, divulgar informação e o que se sabe a respeito das causas e seus efeitos, para conscientização do problema e de como podemos ajudar, individual e coletivamente.
A decisão de procurarmos contribuir na prevenção é de foro íntimo, mas como cristãos não podemos nos furtar desta tarefa, também.

O EDITOR

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *