O menino azul” (Cecília Meireles)

[Nelli Célia] nellicelia@yahoo.com.br

“Deixai vir a mim os pequeninos…”. Assim disse Jesus aos discípulos, explicando em seus ensinamentos. Ele referia-se à pureza das almas, falando que se quisermos ganhar o REINO DE DEUS, precisamos ter o coração puro, tal qual a criança que inocentemente vive dentro do bem, sem ver ou falar de maldades de orgulho ou de ódio.

Essa poesia de hoje nos mostra a simplicidade da alma infantil reencarnada entre nós; acreditam no que falamos, assim precisamos saber falar o certo, pois nos imitam em nossos gestos e falas. Precisamos saber que o exemplo vem aos olhos de nossas crianças para se fortalecerem quando  adultas.

Quantos pequeninos querem ter um amigo de quatro patas e conversam com eles, acreditando que eles (os animaizinhos entendem tudo), dessa maneira, observamos a necessidade de ter com eles belos momentos poéticos em prosa ou em verso, ensinando a beleza de ser bons, caridosos com o próximo.

Falar das belezas do mundo as quais temos o dever de cuidar. Contar histórias sobre Jesus; falar da família Dele e que Ele nos protege sempre, basta estarmos fazendo o Bem. Falar que temos um guardião que o chamamos de: “Anjos de Guarda ou Guias Espirituais” e todos eles nos acham mesmo sem dar os nossos endereços, tal qual o Menino Azul que queria ter um burrinho.

Cecília Meireles (Cecília Benevides de Carvalho Meireles). Nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901). Foi jornalista, escritora, professora e poeta. Considerada a maior poetado Brasil.

Entre muitos trabalhos infantis de Cecília Meireles, fui buscar essa linda e genial poesia para homenagear o dia das Crianças.

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O Menino Azul

O menino quer um burrinho

Para passear.

Um burrinho manso, que não corra nem pule,

Mas que saiba conversar.

O Menino quer um burrinho

Que saiba dizer

Os nomes dos rios

Das montanhas, das flores,

De tudo que aparecer.

O Menino quer um burrinho

Que saiba inventar

Histórias bonitas

Com pessoas e bichos

Com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo

Que é comum jardim

Apenas mais largo

E talvez mais comprido

E que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,

Pode escrever

Para a Rua das Casas,

Número das Portas,

Ao Menino Azul que não sabe ler).

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