Enfermidade necessária
[Aécio César]
Você alguma vez já parou para pensar que para não causar danos maiores no organismo de um viciado, quando se lhe tem merecimento, a Espiritualidade amiga lhe faz adoecer de um outro tipo de enfermidade para que, esse espírito, possa refletir melhor acerca da sua verdadeira situação?
Esse assunto pode soar mau aos ouvidos dos confrades mais conservadores (????), mas para dirimir dúvidas a respeito, vamos ver o que o Instrutor Calderaro diz ao assistente que prestava auxílio a um irmão inveterado na bebida e que nada fazia deixar desse vício terrível. Vejamos: “Convém ministrar-lhe provisória e mais acentuada desarmonia no corpo”. A espiritualidade quando chega a esse limite, certamente já tentou por vários meios enviar-lhe intuições para que deixasse a bebida, mas cego e surdo aos apelos dos irmãos espirituais, nada mais justo tal iniciada, reconhecendo que esse espírito estava sendo auxiliado por intercessão de uma mãe com alto grau de merecimento.
Devemos convir que nem sempre esse socorro será ministrado àqueles outros de mesma índole. Dependerá, portanto, do merecimento do espírito e de algum parente e amigo que o acolha física, espiritual e psiquicamente. É um trabalho custoso que gasta muitas doses de paciência, de resignação, de obediência aos ditames do Senhor.
Essa desarmonia certamente tem uma data de validade para que nesse período o espírito venha repensar melhor em sua vida como bêbado desequilibrado e sem noção nenhuma do perigo que corre quando atrai entidades perigosas para o seu meio social, familiar e quando não, religioso. Todo vício destrói o caráter do ser humano que por questões de livre-arbítrio não escolheu certo o caminho a seguir.
Vale lembrar que aqui não é só os vícios declarados que põe em xeque-mate todo aquele que os alimenta prazerosamente. Existem outros, aqueles pessoais em que somente o espírito sabe da sua fragilidade. A usura, o orgulho, o egoísmo, a violência, a ganância, entre outros desequilíbrios da alma se encontram à mercê de todo aquele que não se presta à vigilância e a oração.
Não adiantará tão somente rezar, pedindo a Espiritualidade que lhe tolha esses vícios degradantes. O próprio interessado tem que descruzar os braços, abrir o coração e procurar se automedicar de certa forma, através do trabalho de auxílio àqueles mais necessitados que nós.
O pior disso tudo é que todo obsidiado, todo viciado, em nenhum momento se sente preso às hostes que dele, lhes tornou em poço de vontades insaciáveis. E o resultado disso tudo todos nós sabemos: Ou cama, ou um nosocômio, ou atrás das grades, ou no cemitério.
Triste destino, que com certeza Deus não deseja a nenhum de Seus filhos
que escolheram esse caminho por vontade própria, sempre instigados por
mentes poderosas, acima das suas, que para esses não existem. Comigo Leitor Amigo?