Amigos reconciliáveis
[João Baptista do Valle]
Em verdade, para se possuir real intimidade fraterna entre amigos, se faz necessário nunca esconder o que há de desagradável em nós; em outras palavras, é necessário revelar nossa falibilidade. Querer demonstrar caráter impecável e isenção de dúvidas é característica de indivíduos incapazes de perdoar e inábeis para manter relações fraternas duradouras e afetividade verdadeira.
Os reconhecidos, porém, como amigos íntimos ou permanentes, são aqueles que possuem afeto mútuo e o conservam indefinidamente.
A intimidade fraterna entre eles faz com que tenham um crescente amadurecimento espiritual, alargam seu mundo interior à medida que aumentam a capacidade de compreender as similaridades e as diferença entre si mesmos.
É preciso saber lidar com nossas emoções, não devemos nos censurar por senti-las, mas sim julgar a decisão do que faremos com elas e uma dessa decisão oportuna do verdadeiro cristão é a de reconciliar com o adversário.
Recordemos uma frase de Gandhi que diz: “A verdadeira amizade é comunhão de almas, por isso, raramente de se encontrar neste mundo, pois, somente entre pessoas de naturezas semelhantes será capaz de uma amizade verdadeira, sincera e duradoura”.