A linguagem dos Espíritos?

[José Dutra] dutra2507@hotmail.com

Qual a linguagem dos espíritos?
É o pensamento. Entretanto, os menos evoluídos ainda precisam da linguagem articulada, ou seja, da palavra falada. A linguagem articulada “ainda possui fundamental importância nas regiões a que o homem comum será transferido imediatamente após desligar-se do corpo físico.”(1)
André Luiz(2) explica que para comunicações à distância os menos evoluídos precisam de aparelhos de comunicação, mas os mais evoluídos não precisam de aparelhos, e podem manter conversação mental, por pensamento.
Aqui surge uma pergunta interessante: se somente os espíritos menos evoluídos precisam da linguagem articulada, por que vemos frequentemente que, em colônias como Nosso Lar e Alvorada Nova, os espíritos mais evoluídos também se utilizam dela?
É que, como nem todos os habitantes destas colônias têm elevação suficiente para se comunicar por pensamento, os espíritos mais elevados se abstêm dessa forma de comunicação em público, para evitar humilhação ou constrangimento àqueles que ainda não têm essa condição. Em outras palavras, os espíritos mais elevados não gostam de se exibir. O mesmo se dá com a volitação e outras si¬tuações, como podemos ver nos exemplos a seguir:
André Luiz, em uma viagem de retorno à Nosso Lar, experimentou, pela pri¬meira vez, a capacidade de volitação, e ouviu um esclarecimento da enfermeira Narcisa: “Em Nosso Lar, grande parte dos companheiros poderia dispensar o aeróbus(3) e transportar-se, à vontade, nas áreas de nosso domínio vibratório; mas, visto a maioria não ter adquirido essa faculdade, todos se abstêm de exercê-la em nossas vias públicas. Essa abstenção, todavia, não impede que utilizemos o processo longe da cidade, quando é preciso ganhar distância e tempo.”(4)
André Luiz, seu companheiro Vicente e o instrutor Aniceto estavam a caminho de um posto de socorro: “Agora, em meio das sombras, divisava alguns vultos negros, que pareciam fugir apressados, confundindo-se na treva das furnas próximas. Nosso orientador avisou, cauteloso: Procuremos interromper os efeitos luminosos do nosso corpo espiritual. Bastará que pensem com vigor na necessidade dessa providência. Estamos atravessando extensa zona, a que se acolhem muitos desventurados, e não é justo humilhar os que sofrem com a exibição de nossos bens.”(5)
André Luiz, Vicente e Aniceto chegam ao posto de socorro: “Espantado, notei que o nosso orientador fazia mover quase imperceptível campainha, disfarçada na muralha. Creio que, se Aniceto estivesse só, não precisaria desse expediente, dado o seu poder espiritual acima de todas as resistências grosseiras; no entanto, estávamos em sua companhia e, mais uma vez, quis igualar-se a nós, por fidalguia de tratamento. Ocultar a própria glória é do código do bom-tom nas sociedades espirituais nobres e santas.”(6)

(1) Francisco C. Xavier; Waldo Vieira / André Luiz – Evolução em dois mundos, segunda parte, capítulo 2.
(2) Francisco C. Xavier / André Luiz – Nosso Lar, capítulos 24 e 50.
(3) Aeróbus é um veículo de transporte aéreo, citado em Nosso Lar, capítulo 10.
(4) Francisco C. Xavier / André Luiz – Nosso Lar, capítulo 50.
(5) Francisco C. Xavier / André Luiz – Os mensageiros, capítulo 15.
(6) Idem, capítulo 16.

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Este artigo é uma adaptação do capítulo 13 do livro Espiritismo para iniciantes e iniciados, do mesmo autor, publicado pela Editora Dionisi.

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