Editorial 91 – O amor cobrirá a multidão dos pecados (Setembro, 2021)
Caros todos, é muito comum ouvirmos nossos confrades e confreiras falarem dos resgates, na forma de provas e expiações, carmas, etc., como se fossem a única forma possível de reajuste com as Leis Divinas.
Criou-se uma verdadeira panaceia em torno do sofrimento, como o derradeiro caminho para a redenção de nossas faltas.
É certo que a dor pode ser a mestra por excelência para nosso desenvolvimento, tanto intelectual quanto moral; mas, não podemos olvidar que é igualmente certo que existem duas maneiras para voltarmos a nos harmonizar com a Lei: provas e expiações (a via da dor) ou por meio do amor (a via da caridade).
Isso mesmo, a Misericórdia Divina pode dispensar da Lei, conforme a conduta do Espírito encarnado, quando o homem já demonstre expressões do “amor que cobre a multidão dos pecados”…
Mas parece que teimamos em admitir somente a primeira; embora, desde a introdução da Codificação Espírita, muito tem sido escrito a respeito desta segunda forma.
Outro dia, pensando a respeito, ficamos curiosos em saber se somente com o advento da Terceira Revelação o homem “descobriu” a via do amor.
Sem delongas, fomos verificar se na revelação anterior Jesus já nos houvera instruído a respeito.
Nossa primeira constatação positiva veio através da Primeira Epístola do Apóstolo Simão Pedro, onde encontramos, curiosamente, a frase acima citada: “mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão dos pecados”. (1Pe, 4:8)
Trata-se de um verdadeiro incentivo a esperança e a fé, para todos aqueles que erraram, uma vez que nos explica que não é somente através das provas e expiações, isto é, dores e dificuldades, que resgatamos nossas faltas pretéritas, como comumente é interpretada a Lei da Ação e Reação, por muitos espiritualistas e Espíritas.
Simão Barjonas, mesmo sem ser Espírita, já compreendera que a caridade, isto é, a prática do amor, é capaz de “cobrir a multidão dos [nossos] pecados”. E, não deveríamos estranhar este fato, pois também constatamos que o Nosso Senhor Jesus Cristo já houvera passado esta fórmula há dois mil anos, por ocasião de sua passagem aqui neste orbe.
Para citar um exemplo, podemos encontrá-la na oração que Ele nos deixou, o Pai Nosso; no seguinte trecho: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos nossos devedores”.
Outra passagem pode ser encontrada no capítulo 20 do Evangelho segundo João: “Se perdoardes os pecados de alguns, {os pecados} lhes são perdoados; se retiverdes de alguns, estão retidos.” (Jo, 20:23)
Mais um motivo para pensarmos com muito carinho sobre a prática do bem… Obviamente não por interesse, mas como forma de anularmos os resgates programados que até desconhecemos (por não lembrarmos…).
Fiquem na PAZ que o Cristo de Deus nos deixou!
O EDITOR