Estamos Preparados?
[Alexandre Serafim] aserafimneuroped@gmail.com
Esta é uma pergunta difícil, pois só saberemos a resposta no momento em que uma determinada dificuldade ou adversidade surge em nossa vida.
A vivência mostra-nos que podem ser muito variadas as formas como se apresentam: problemas financeiros, familiares, no trabalho, doenças de gravidades variáveis, conosco ou com quem amamos. Mas seja qual for, estamos preparados?
Geralmente não. Na grande maioria o enfrentamento inicia-se com angústia. O que é relativamente normal. O problema é quando a angústia se perpetua, desencadeando uma serie de desajustes psíquicos e consequentemente físicos. A manutenção desse estado leva ao segundo, tristeza; o que aumenta a nossa vulnerabilidade frente ao fato. Posteriormente o medo toma conta; vindo em seguida a ansiedade, o pânico, isolamento social e por fim estados depressivos. A manutenção desse processo gerará complicações orgânicas, principalmente pelo aumento no nível de substâncias estressoras em nosso corpo, como o Cortisol. Ocasionando liberação de outras substâncias que pioram os estados inflamatórios das células e desajustes em seus processos de renovação, além de uma grande disfunção em nosso sistema imunológico, facilitando agravos de saúde.
Isto me lembra os relatos das pesquisas de uma médica suíça, Dra. Elisabeth Kluber Ross (1926 – 2004), a qual foi pioneira nos cuidados com pacientes com doenças terminais. Seu longo trabalho nesta área permitiu um profundo conhecimento no entendimento da angústia. O que levou a publicação do seu livro mais famoso: A morte e o morrer. Além de descrever as fases pelas quais a maioria dos seus pacientes e familiares passam nesses momentos de dor: o choque da notícia, a negação do fato, a raiva, a negociação, a depressão e por fim a aceitação. Com grandes variações do tempo gasto em cada uma destas fases. Um fato interessante observado em suas pesquisas é que no momento que a aceitação surge, desaparece a angústia e há melhora na qualidade de vida, mesmo numa fase terminal de doença. Ou seja, quando o espírito aceita o “Seja feita a Tua vontade”; essa reconexão com Deus gera o alivio do sofrimento.
Atualmente pesquisas cientificas que estudam e relação da religiosidade e espiritualidade com a saúde, observam em seus resultados, que pessoas que maior frequência em seus ambientes religiosos ou que buscam se melhorar espiritualmente, tem melhor aceitação e enfrentamento das adversidades. Utilizam-se principalmente do raciocino, gerando aprendizado frente ao fato e com isso evoluem, se fortalecem e aceitam.
Provavelmente por essa razão que a espiritualidade, em suas diversas comunicações, nos orienta a prece, meditação e equilíbrio pela esperança e Fé.
Lembrando uma das passagens de Chico Xavier: “Tudo passa”.
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“Tudo passa…
Todas as coisas na Terra passam.
Os dias de dificuldade passarão…
Passarão, também, os dias de amargura e solidão.
As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar… Um dia passarão.
A saudade do ser querido que está longe, passará.
Os dias de tristeza…
Dias de felicidade…
São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal
as experiências acumuladas.
Se, hoje, para nós, é um desses dias,
repleto de amargura, paremos um instante.
Elevemos o pensamento ao Alto
e busquemos a voz suave da Mãe amorosa,
a nos dizer carinhosamente: ‘isto também passará’
E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre,
semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.
Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau
e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a
agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade
e que um dia também passará.
Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro
porque essa é a sua destinação.
Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos,
sem esmorecimento e confiemos em Deus,
aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.
Tudo passa…
exceto Deus.
Deus é o suficiente!” (Chico Xavier)
Caro amigo Alexandre. Talvez não estejamos preparados para nada nesta vida. No momento em que nos defrontamos com as dificuldades sempre temos dois caminhos a seguir, o enfrentamento ou a fuga. Se conseguirmos nos condicionar a optar pelo primeiro…ja estaremos no bom caminho! Parabens pelo texto.