EDITORIAL No 108 (Fevereiro, 2023) – Somos obra do acaso?
Mais um ano se iniciava. Como de costume, decidimos correr num parque da cidade. Chegando, algo nos chamou a atenção. Nunca nos deparamos com tantas pessoas apresentando problemas físicos.
Há pouco tempo, acabáramos de reler a excelente obra A face oculta da Medicina, do Dr. Paulo Cesar Fructuoso; que, entre outros assuntos, muito nos enriqueceu a respeito da formação do corpo humano.
Como num lampejo, lembramo-nos de que apenas um gene anômalo é suficiente para gerar uma deformação, síndrome ou doença. Ato contínuo, recordamos de estatísticas, mencionadas no livro, que nos levaram a enxergar o corpo humano como mais uma prova indiscutível da existência de Deus. E é a partir destas duas reflexões, aparentemente sem ligação, que escrevemos este editorial, mormente para aqueles que ainda acreditam que o Universo é obra do acaso e/ou que duvidam da existência de Deus.
Comecemos coletando algumas informações da obra mencionada acima.
As proteínas são as constituintes do corpo humano; tudo, incluindo o esqueleto, os músculos, a pele, os órgãos, os sistemas, etc. Elas são moléculas muito longas, formadas por cadeias de elementos menores denominados como aminoácidos. No corpo humano existem quase quarenta mil tipos de proteínas, todas constituídas a partir de apenas vinte tipos de aminoácidos! A forma como se encadeiam, a sequência, a disposição espacial e o número de aminoácidos, em cada proteína, é ditado pelo DNA, uma molécula maior existente no núcleo de cada uma de nossas células. O DNA também codifica uma segunda molécula, muito importante, chamada RNA. Esta última desloca-se ao citoplasma celular, onde todas as nossas proteínas são então elaboradas, em um processo incrivelmente exato.
O DNA é constituído por segmentos denominados genes, que codificam cada uma de nossas proteínas, e que, por sua vez, são formados por milhares de unidades menores. Sendo que, no núcleo celular, os genes se acomodam ao longo de 23 estruturas, conhecidas como cromossomos.
Diante desta complexidade, como acreditar no “acaso”?
Deixemos para um dos mais importantes pensadores franceses do século XX, o professor Jean Marie Pierre Guitton, responder esta questão.
“Por que acaso certos átomos se aproximaram para formar as primeiras moléculas de aminoácidos? E por que acaso, sempre, essas moléculas se uniram para conduzir a esse edifício assustadoramente complexo que é o ácido desoxirribonucleico (DNA)? […] E, por fim, quem elaborou os planos da primeira molécula de DNA, portadora da mensagem inicial que permitiu que a primeira célula viva se reproduzisse?”
Não bastasse uma resposta que, embora qualitativa, seja suficiente para rechaçar a ideia de que o acaso tivesse conseguido reunir tais condições, Jean Guitton liquida qualquer pensamento contrário com dados quantitativos, sobre a probabilidade estatística desta ocorrência, a partir dos estudos do professor Grichka Bogdanov, doutor em Semiologia e Física Teórica.
“Uma célula viva é composta por 20 aminoácidos que formam uma cadeia compacta. A função desses aminoácidos depende, por sua vez, de cerca de 2.000 enzimas específicas (…). Os biólogos foram levados a calcular qual a probabilidade de que um milhar de enzimas diferentes se aproxime de um modo ordenado até formar uma célula viva. (…) É da ordem de 10 elevado ao expoente 1.000 contra uma (10 1000). ” Ao que conclui o professor ser uma chance nula…
O EDITOR