Dimensão Vizinha
[Livro: Na próxima dimensão (Cap. 40) – Dr. Inácio Ferreira – Médium Carlos Baccelli]
[Aécio César] aeciocesarf@bol.com.br
Aos seguidores de plantão do Dr. Inácio, meu Salve.
Dimensão Vizinha… Você se preocupa com a morte? Como seria seu desenlace? Haveria alguém a recepciona-lo Além-Túmulo? Já teria sentimentos para tão importante empreendimento espiritual no Além? Muitos nem soletram a palavra morte iludidos de que sem dizer algo a respeito, viverá mais anos sobre a Terra. Será? Está com a sua consciência tranquila? Procurou seguir atento aos seus direitos e deveres como religioso? E a se transformar em cristão, esse, genuíno? Já pensou palmilhar nesse terreno? Doar-se ao próximo integralmente? Desligar ao máximo dos bens terrenos? Amar o próximo quanto amamos nossos familiares? Creio que das perguntas aqui feitas, uma minoria para não dizer ninguém, está à altura de merecer os “Céus” que tanto desejam.
Hoje, terminamos os comentários desse fantástico livro “Na Próxima Dimensão” escrito pelo insigne Dr. Inácio ao médium Carlos Baccelli. Espero que vocês que acompanharam comigo meus singelos pontos de vista, iniciados no dia 08 de maio de 2023, tenham uma melhor receptividade com o que pensam, sentem e compreendam melhor, acerca do que é realmente a continuidade do Espírito depois do túmulo. E para fechar com chave de ouro, vou usar das palavras do nosso Inácio Ferreira quando discorreu sobre as reivindicações de internos e auxiliares no Hospital dos Médiuns nos Planos Espirituais. Espero que todas as reflexões feitas por ele, sejam quais carapuças ideais para cada uma das nossas cabeças. E, com certeza, será…
E a primeira reflexão foi essa: “Até quando haveremos de imitar os adolescentes que exigem dos seus tutores o que devem conquistar à custa do próprio esforço, recusando-se a crescer?”. Somos quais crianças mal educadas. Procuramos supostamente nossos direitos, esquecendo de exercitar nossos deveres. Em momento algum, estaremos certos, segundo nossos falhos pontos de vista. Não é porque estudamos meia dúzias de palavras do Evangelho, que estaremos gabaritados em pertencer às Potestades Superiores. Ledo engano. Nem mesmo e principalmente a grande maioria dos espíritas, estão preparados à altura de fazer a Grande Viagem, sem deixar nos seus rastros, ainda ilusões, decepções, soberba, egoísmo, orgulho e outras tantas deficiências morais, que nos acorrentaram a existência toda, naquela zona de conforto que não desejamos, em hipótese alguma, nos desligar dela.
“Abraçamos determinados votos religiosos e tentamos ludibriar a consciência; por esse motivo não pudemos ascender às Regiões Superiores e ainda foi a Complacência Divina que nos resgatou das Trevas, onde seria o nosso justo lugar”. Aqui, nessa citação, nossos votos religiosos são dos piores, porque usamos de máscaras para denigrir, vez outra, nossa personalidade presente que, ao meu ver, não se importa tanto em procurar vestir, com dignidade e respeito, a roupa nupcial para estarmos bem apresentados ante o Mestre de todos nós que, também, não é a coisa mais importante da nossa existência, não é mesmo, preferindo as roupagens de leprosos e condescendendo com o sofrimento moral que imputamos em nós, nos tornando masoquistas de nós mesmos.
“O Espírito não se sustenta de ar e não vive por mágica, como imaginam aqueles que esperam morrer, na vã esperança de cruzar os braços em definitivo”. Podemos usar dessa citação o quanto estamos de braços cruzados quanto às responsabilidade que assumimos, não tão somente com a religião que abraçamos, mas também para com o Cristo e os Seus mensageiros da Luz, que suportam o nosso azedume, o nosso mal cheiro, a nossa revolta que, em grande ou pequena expressão, o pensamento nos desarma quanto à nossa real identidade. Deveríamos parar com essa atitude infantil o quanto antes.
“As nossas carências materiais apenas se eterizaram, não desapareceram; se queremos restringi-las ao máximo, precisamos ousar passos além…” Corretíssimo. Descruzar nossos braços, intensificar a Caridade que tanto pregamos para os outros, agindo mais através do seu exemplo compensador. Deixarmos os púlpitos, os altares, as cadeiras confortáveis, as roupas de grife e vamos, de vez, cair em campo sagrado, onde a simplicidade e humildade, vestem todo aquele que quer realmente fazer a diferença. Enquanto ficarmos nessa, de narcisistas impenitentes, não poderemos no considerar aptos a transpor aquela Porta Estreita, não é mesmo?
“O desequilíbrio que apenas varia de intensidade em sua forma de manifestar-se, recebendo os mais diversos rótulos da Medicina psicossomática, é uma autopunição, uma espécie de acomodação íntima das camadas da personalidade convulsionada”. Assino embaixo. Somos ainda espíritos enfermos. Mesmo conseguindo viver aparentemente numa sociedade hipócrita, estamos necessitados, com certa urgência, dos medicamentos da reforma íntima, do autoconhecimento, do testemunho verdadeiro, deixando de vez essa autopunição masoquista, que só é vantajosa para os médicos e terapeutas. Até quando a vontade de sofrer? Até quando não tomarmos o remédio da auto cura a que todos nós temos hoje acesso?
“Sem ordem e disciplina, até a prática do Bem termina descambando. Ser humilde não significa ser conivente com o que não está certo”. Muitas vezes, diante das dificuldades de vulto na nossa trajetória terrena e para mantermos em determinados cargos de chefia, usamos da falsa humildade para nos ludibriarmos tão somente. Mas com a Justiça Divina é diferente. A “Ordem e Disciplina” deveria estar em cada entrada de cada lar terreno. Não devendo, claro, desmistificar esses dizeres, como estamos fazendo com aquela outra “Ordem e Progresso”. E essa, então, “Deus, Cristo e Caridade”? Passa longe dos nossos contextos de cristandade, não é mesmo?
Se já estamos pensando em nos melhorarmos, para conquistar aquela próxima Dimensão Vizinha, vamos despir do homem velho e, reajustando-nos no homem novo, mais espiritualizado, isento daquela vontade de acumular tanto lixo mental, que ainda caracteriza-nos como túmulos caiados por fora e com uma fedentina insustentável por dentro de nós mesmos; vamos sair o quanto antes da zona de conforto que nos aprisionou o suficiente, impedindo-nos de darmos nosso grito de liberdade: “Eu venci o mundo, meu mundo íntimo”.
Vamos ajuizarmos em pegar mais a vassoura da boa-vontade e varrermos o universo da nossa consciência, ainda desconhecido por nós. Temos tudo a nosso favor para sairmos dessa ignorância em seus vários estigmas que nos provoca dor e desespero, ódio e descrença. Deixemos os molambos da ignominia; tornemo-nos qual Lázaro, revivendo para uma Nova Vida de altruísmo, alavancando nosso testemunho, ao chamado carinhoso do nosso Mestre e Amigo Jesus Cristo. Vamos modificar nossas mais infensas intenções? Só depende de nós desejarmos ser mais felizes. Comigo, meu Caro Amigo Leitor?