Editorial 77 – Momentos de turbulência (01.07.2020)
Caros confrades e confreiras,
Infelizmente, vivemos momentos de turbulência, neste nosso país tão querido por muitos, mas vilipendiado por uns poucos. E é a estes últimos a quem nos dirigimos, neste editorial.
Se é certo que boa parte dos nossos líderes dos três poderes governamentais não estão fazendo por merecer os cargos que lhes foram confiados, se é certo que boa parte de nossa sociedade esqueceu os seus deveres para com o próximo, se é certo que boa parte de nossas instituições – públicas e privadas – olvidaram-se de que foram criadas para servir ao homem, e não para serem servidas por eles, isso não dá o direito, à uma pequena parte de nossa população, apesar de suas revindicações poderem ser até justas em muitos aspectos, de agirem da mesma forma, com o agravante do uso da violência. É abominável o que se vê na mídia impressa e eletrônica. Ataques pessoais, esquecendo-se que devemos revelar o mal, mas jamais apontar quem dá escândalo; é triste ver a imprensa e a mídia eletrônica distorcer dados e informações, para justificar ataques e posições pouco defensáveis; não é o comportamento de que se diz cristão.
Falta fraternidade, sobra ódio. Falta solidariedade, sobra separatismo. Falta coletividade, sobra individualismo. Falta união; sobra egoísmo.
Advertiu-nos o Nosso Senhor Jesus Cristo para que “não façamos ao próximo o que não gostaríamos que nos fizessem”. Também nos aconselhou para “fazermos ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fizessem”.
Se o que está acontecendo, em muitos casos, não é justo para com o povo indignado, por outro, a reação, da forma como está ocorrendo, também não o é.
Cabe aqui registrarmos mais uma sábia recomendação do nosso Rabbi querido, que nos alerta sobre as consequências daquilo que fazemos no exercício de nosso livre-arbítrio: “a cada um segundo suas obras”.
Assim como todos nós responderemos pelos prejuízos que causamos, assim se dará para quem não respeita a nossa nação, para quem não observa o direito do semelhante, achando que somente o seu o deve ser.
Não há dúvida que muitos interesses espúrios estão por detrás dos acontecimentos, e, por isso, não podemos generalizar. Contudo, mesmo para os que estão em seu legítimo direito de reivindicar, e mesmo que o estejam fazendo de forma cidadã, é mister lembrar para que não se transformem em massa de manobra, pois os oportunistas de ocasião são muito espertos, e treinados para escolherem a carne de canhão, que mais lhes convém, em seus instrumentos bélicos.
Uma vez registrada a nossa indignação sobre os eventos dos últimos meses, só nos resta desejar, de todo o coração, que apreciem mais esta edição. Como sempre, ela foi dedicada para você!
EDITOR