William Shakespeare (Soneto 116)
[Nelli Célia]
William Shakespeare (1564/1616) , o maior dramaturgo e poeta, inglês amado e interpretado por vários ilustres atores, cujas peças teatrais, ficaram imortais, sendo sempre atuais.
Sua vida foi um enigma para todos, porém cantou o amor em todos os seus trabalhos literários. Neste poema que escolhemos, fala da força do amor, aquela que nos impele para frente, que nos dá confiança e nos deixa felizes a cada momento vivido.
O amor teor maior de todas as nossas necessidades, sem ele a vida fica sem motivação para se viver. Amor em todas as essências, dos pais o dos apaixonados, da fraternidade, amor que nos levará um dia mais próximo do Criador.
SONETO 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculo se altera,
Que se vacila no mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura:
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange (*) e não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
(*) alfange ou alfanje = sabre tipo espada