Duas Almas (Alceu Wamosy)

[Nelli Célia] nellicelia@yahoo.com.br

Alceu Wamosy (1895/1923) nasceu em Uruguaiana (RS) e nos deixou este poema repleto de versos lindos e retratou toda a solidão que vai nas almas das pessoas que são apaixonadas e sensíveis.

Neste mês de março, em que as mulheres são homenageadas, nada melhor do que esses versos que falam do amor e da companhia tão importante do ser amado.

A vida é repleta desses momentos em que o coração fala mais alto dentro de nós. Amor puro, amor sublime, amor de almas.

Parabéns a todas as mulheres deste planeta e que o amor faça parte de vossas vidas agora e sempre.

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Duas almas

Ó tu que vens de longe, Ó tu que vens cansada,

Entra, e sob este teto encontrarás carinho:

Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,

Vives sozinha sempre e nunca foste amada.

A neve anda a branquear lividamente a estrada,

E a minha alcova tem a tepidez de um ninho,

Entra, até que as curvas do caminho,

Se banhe no esplendor nascente da alvorada.

E amanhã quando a luz dourar radiosa,

Essa estrada sem fim, deserta imensa e nua,

Podes partir de novo, ó nômade formosa!

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:

Há de ficar comigo uma saudade tua…

Hás de levar contigo uma saudade minha…

Um comentário em “Duas Almas (Alceu Wamosy)

  • 13 de março de 2023 em 14:42
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    Delicado e Belíssimo poema. É muito bom, ler palavras suaves…….faz bem pra alma.

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