Mãe
[Nelli Célia] nellicelia@yahoo.com.br
Nós Espíritas, conhecemos Auta de Souza, através da mediunidade de Chico Xavier. Nasceu na cidade de Macaíba (Rio Grande do Norte, em 12 de setembro de 1876 e faleceu em 7 fevereiro de 1901, na cidade de Natal. Ficou órfã aos 3 anos de idade e sua vida foi de lutas e sofrimentos. Criada pela avó materna que se chamava Silvina Maria da Conceição, que levou os netos para Recife onde deu assistência a eles no que pode. Aos quatorze ano, Auta sentiu a tuberculose tomar conta de seu corpo, tendo que parar com os estudos.
Mesmo doente não parou de produzir seus livros e poesias. Alma poética, sempre tinha o poema sob suas mãos e o seu livro o “Horto“, publicado em 1900, esgotou em dois meses. Auta tinha o dom da escrita, embora tivesse pouca cultura literária, todavia recebeu muito do aprendizado nos colégios em que estudou, inclusive inglês e francês, mas a poesia fazia parte de seu espírito e por meio delas fez a sua caridade e fraternidade com os semelhantes.
A dor foi sua companheira nessa encarnação e teve forças e fé e com as suas poesias que lhes confortavam seu corpo e seu espírito. Participou do livro primeiro volume do PARNARSO DE ALÉM-TÚMULO, sempre ao lado dos trabalhos do Chico Xavier.
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Mãe
Ó minha santa mãe! Era bem cedo,
Que entre as preces maternas estendidas,
Tuas mãos sore os meus tristes dias,
Quando na Terra – Que era o meu deserto…
Nos instantes de dor, bem que eu sentia,
As tuas asas de Anjo de ternuras,
Pairando sobre a minha desventurada
Feita de prantos e melancolia…
Flor ressequida eu era, e tu o orvalho,
Que eu nutria, pobre e empalecida;
Era a tua alma a luz da minha vida,
Meu tesouro, meu dúlcido agasalho…
Ai de mim sem a tua alma bondosa,
Me dava a promessa da esperança.
Raio de luz, de amor e de bonança,
Da escuridão e da vida dolorosa…
E que felicidade doce e pura,
Que senti após a treva e a morte,
Findo o terror da minha negra sorte.
Quando vi teu sorriso de ventura.
Então senti que as mães são mensageiras
De Maria, mãe de Anjos e de flores,
Mãe das nossas mães cheias de amores,
Nossas meigas e eternas companheiras!…