Editorial 81 – Dia dos Finados (01.11.2020)

Caros confrades e confreiras,

neste mês de novembro comemoramos o dia de Finados.
Sabemos que não é tarefa fácil aliviar o coração de quem perdeu um ente querido. Emoções e sentimentos se fazem presentes; o que é natural e compreensível quando se trata da saudade. Contudo, muitas vezes, além dela, brota o sentimento de perda; e, não raras vezes há o choque, principalmente se tudo foi muito súbito. Juntos podem levar, por vezes, à revolta, por falta de compreensão dos desígnios de Deus.
Felizmente, o Espiritismo ajuda-nos a lidar com a perda, de uma forma racional, suavizando nossa dor e nos fortalecendo.
Em decorrência de nosso maior ou menor conhecimento, a respeito dos problemas do ser, do destino e da dor, duas reações opostas podem ocorrer: o desespero, quando acredi-tamos que a separação é irremediável, ou o alentador sentimento de quem aguarda o instante do reencontro.
Ah! se todos soubessem que a morte física se encaixa na segunda situação, e que a separação é apenas temporária…
É o que nos ensina o Espiritismo. Ele nos demonstra que o Espírito é imortal, e comprova a existência do mundo espiritual, nossa verdadeira casa, para onde todos retornam e se reencontram, mais cedo ou mais tarde, dependendo do comportamento que cada um deu vazão aqui na matéria densa.
Além do mais, precisamos encarar o fato de que ainda somos possessivos. Apegamo-nos a coisas, pessoas, crenças, valores, etc., mesmo quando já conscientes de que nosso mundo, exterior e interior, é dinâmico, mutável e adaptável ao progresso que todas as pessoas e coisas estão submetidas, por ordem natural dos fatos, e por determinação de Deus.
Aqui, também, o Espiritismo nos ajuda, pois nos instrui que pelo princípio da pluralidade das existências, a nossa família não está circunscrita ao atual núcleo familiar; pois, somos imortais e destinados a amar a todos, indistintamente.
A separação é na verdade um exercício de desapego; ferramenta Divina necessária à nossa evolução. No nascimento, exercitamos o despego à vida do mundo espiritual, e com a morte física aprendemos a renunciar do mundo material.
O egoísmo é outro aspecto de nossa individualidade que poucas vezes nos damos conta, nestas circunstâncias.
Preferimos ter por perto a quem se ama, mesmo que isso signifique sofrimento para ela. Não fazemos isso com quem está no leito de morte, mentalmente mantendo-a aqui na matéria, mesmo quando seu desencarne já está em andamento!
Na verdade, estamos pensando mais em nós do que neles…
Contrariamente ao que tanto desejaríamos, a Terra não é um parque de diversões; e, nem tampouco uma colônia de férias. Trata-se, sim, de um educandário para alçarmos voos em direção a mundos melhores.
Mais uma vez o espaço nos limita… Chegamos ao fim, esperando que a mensagem tenha sido de ajuda. Se por um lado é difícil vencermos nossas dificuldades interiores, por outro, “o pensar a respeito”, à luz da Doutrina Espírita, ajuda-nos a “racionalizar” nossa dor, minorando-a, sublimando-a.
Força! Caros irmãos e irmãs, pois a vida continua…

O EDITOR

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